Piscina pública vira depósito de entulho em Ubirajara e entra na mira do Tribunal de Contas

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Espaço construído há 16 anos nunca foi usado por alunos e acumula lixo, móveis quebrados e fezes de pombos

Uma fiscalização surpresa do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) revelou uma situação alarmante em Ubirajara (SP), na região de Bauru. Uma piscina coberta, construída em 2008 com recursos públicos para atender alunos da rede municipal, jamais foi utilizada e hoje serve como depósito de sucata, móveis velhos e lixo.

O local está abandonado, com sinais de degradação e insalubridade. Imagens divulgadas pelo TCE mostram o espaço tomado por cadeiras escolares quebradas, pedaços de madeira, fezes de pombos e forte odor. Trancada e sem qualquer uso pedagógico, a piscina virou símbolo do descaso com o patrimônio público.

A inspeção integra uma força-tarefa que vistoriou ginásios e teatros públicos em mais de 200 municípios paulistas. Segundo o TCE, o caso de Ubirajara está entre os mais graves.

“Quando o gestor assume, assume também os problemas. Foi eleito para resolver”, declarou o diretor regional do TCE em Bauru, José Paulo Nardone. Ele afirmou que a justificativa de que o abandono é herança de gestões anteriores não se sustenta.

Apesar de a atual gestão reconhecer que o espaço está sem uso há 15 anos, nenhuma providência concreta foi adotada. A prefeitura informou que realizou o levantamento dos materiais armazenados e cogita promover um leilão. Sobre a piscina, declarou que ela está fora dos padrões técnicos e estuda transformá-la em uma quadra poliesportiva, sem apresentar cronograma, valores ou fonte de recursos.

Moradores próximos afirmam nunca ter visto qualquer atividade no local. “Só fizeram o prédio. Piscina? Nunca vi ninguém ali”, disse a dona de casa Mônica de Oliveira.

O TCE deve encaminhar relatório completo à administração municipal, que terá prazo para apresentar soluções. Caso contrário, o caso pode ser encaminhado ao Ministério Público, com aplicação de multas e eventual denúncia por improbidade administrativa.

“Crime não é só o que se faz, é também o que se deixa de fazer”, finalizou Nardone.

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