Inovação em etanol: Faesp recebe missão técnica do Peru

Delegação busca o modelo brasileiro de pesquisa, desenvolvimento e produção sustentável para replicar no país andino

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) recebeu uma comitiva do Peru que faz parte do projeto “Capacitação, Acompanhamento e Assistência Técnica para a Formulação e Identificação de Iniciativas de Vinculação para Acelerar a Inovação”. A iniciativa está sendo coordenada pela consultoria IDOM Consulting, Engineering, Architecture, liderada pelo Conselho de Ciência e Tecnologia do Peru (Concytec) e Programa Nacional de Investigación Científica y Estudios Avanzados (ProCiencia), com apoio do Banco Mundial (Bird).

Ivan Londoño, consultor da IDOM, Carmen Ayala Jara, diretora de Inovação e Transferência Tecnológica da IncubaUNT, Diego Arriaga Rivas, chefe regional do Servicio Nacional de Adiestramiento en Trabajo Industrial (Senati), e Camilo Soto, consultor especialista em estudos de mercado da IDOM estiveram na Faesp representando uma delegação maior que está em visita a várias instituições públicas e privadas ligadas à produção de etanol. O objetivo é buscar informações sobre P&D&I e produção, com foco em inovações tecnológicas voltadas para uma produção ambientalmente sustentável na cadeia do etanol.

O grupo foi recepcionado por Carlos Eduardo Cerri, assessor da presidência da Faesp, Teodoro Miranda Neto, chefe da Divisão de Formação Profissional do Senar-SP, e Erica Monteiro de Barros, do Departamento Técnico e Econômico da Faesp. Erica fez uma apresentação com as principais estatísticas do setor sucroenergético brasileiro e paulista, mostrando a evolução da produção de cana-de-açúcar e o desenvolvimento do setor até o modelo atual de eficiência e sustentabilidade econômica e ambiental, alcançado por meio de forte investimento em pesquisa, tecnologia e políticas públicas.

Nelson Perez, coordenador da Comissão Técnica de Cana de Açúcar e Energia Renovável da Faesp participou da reunião de forma virtual. Ele sintetizou o histórico da trajetória de implantação do etanol no Brasil e as inovações mais recentes envolvendo projetos como o do etanol 2G, a produção de etanol de milho e o hidrogênio verde como combustível. “Em 2026 é possível que o etanol de milho chegue a 1/3 de toda a produção. Isso traz credibilidade, pois o consumidor já não depende apenas da indústria sucroalcooleira para ter o combustível nos postos”, disse Nelson. “A cadeia integrada de produção brasileira também permite esse desenvolvimento, uma vez que os subprodutos da produção de etanol de milho são absorvidos na pecuária, como ração para os animais. A entrada da usina de etanol de milho foi uma coisa muito boa para várias cadeias agrícolas do Brasil”, afirmou.

O trabalho da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e das federações como a Faesp, segundo ele, influenciou de modo marcante para que os agentes estatais tomassem as decisões que contribuíram para incrementar a produção de álcool no país. Incluindo as políticas de créditos de descarbonização, como o RenovaBio, que beneficiam produtores de biocombustíveis e também produtores rurais envolvidos na cadeia de produção. Unindo ainda a iniciativa privada e órgãos de pesquisa como a Embrapa. “O caminho que o Brasil tem buscado é o do combustível renovável”, completou Nelson.

Teodoro Miranda Neto explicou à comitiva sobre a atuação do Senar-SP na capacitação e profissionalização de produtores rurais, tanto para transmissão de conhecimento para produção de diversas culturas, como também na operação de maquinário agrícola e sua tecnologia embarcada. “O Senar mudou bastante o cenário do trabalho no campo. Antes, a qualificação profissional da mão de obra rural era muito baixa. E ao logo do tempo, com os cursos do Senar, essa qualificação vem melhorando continuamente”, destacou.

Durante o encontro foi apresentado ainda o projeto do Centro de Excelência em Cana-de-Açúcar, que está sendo construído em Ribeirão Preto, a partir de uma parceria entre Sistema Faesp/Senar e CNA, e que propiciará o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor.

Diego Arriaga Rivas, do Senati, explicou sobre a importância dessa iniciativa de conhecer a trajetória brasileira. “Estamos envolvidos nesse projeto para estudar a indústria de álcool e açúcar do Brasil, conhecer a fundo as experiências e boas práticas que possam ser adaptadas à realidade do Peru e que nos permitam impulsionar essa indústria em nosso país. Voltaremos ao Peru com ânimo e ímpeto para poder trabalhar essas ideias”, disse.  

O consultor da IDOM, Camilo Soto, destacou outros pontos abordados no encontro. “É muito importante entendermos como é no Brasil o trabalho de descarbonização da economia e como se integram os diferentes agentes do ecossistema. O país é líder em produção de cana-de-açúcar e já tem um caminho de sucesso nesse setor. É também referência internacional em política públicas consolidadas e em ação conjunta com outros setores”, apontou.

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