Ferrets: desvendando o universo peludo e curioso do furão

Desde o início da domesticação de animais, eles têm desempenhado um papel importante na vida do ser humano, oferecendo amor, companhia e um laço especial que transcende as barreiras de espécies. Cães, gatos e até pássaros são figuras familiares nos lares em todo o mundo. E quem também vem ganhando espaço nesse cenário é o furão e o ferret.

Vale esclarecer que, apesar de serem usados como sinônimos, inclusive por ferramentas de tradução, os nomes não representam o mesmo animal, segundo o Conselho de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CMVESP). O ferret (Mustela putorius furo) é importado dos EUA, enquanto o furão (Galictis cuja) é brasileiro. 

De acordo com o portal PetZera, além da origem geográfica, há diferenças físicas entre os animais. O furão mede entre 25 e 40 centímetros, pesando de 0,6 a 1,5 kg e sua pelagem varia de castanho a marrom-escuro, com o ventre mais claro. Já os ferrets, além de geralmente serem mais calmos e menos territoriais que os primos brasileiros, são um pouco maiores, alcançando até 50 centímetros de comprimento e até 2,5 kg. A cor dos pelos segue a mesma cartela, porém com uma máscara branca ao redor dos olhos, sendo esses os mais encontrados em pet shops.

Apesar de não ser tão comum no Brasil, a criação doméstica do furão é controlada pelo IBAMA, que exige que os ferrets importados sejam castrados nos EUA e que sejam retiradas as glândulas de odor, que fazem lembrar de gambás. 

O preço desses animais varia de R$1,5 mil a R$5 mil e para comprá-los é preciso procurar por criadores autorizados ou pet shops, sempre questionando sobre chip, castração, vacinas e documentação.

Ferrets ou furões, quais cuidados são necessários?

Em ambiente doméstico, esses animais podem viver em gaiola ou cercado, desde que haja espaço para se exercitar. Os furões e os ferrets são animais curiosos e precisam brincar e realizar recreações ativas de exploração quando acordados. Para isso, a RSPCA, instituição britânica de bem-estar animal, indica a criação de esconderijos como túneis, para estímulo físico e mental, e redes fechadas para que ele possa se esconder em caso de insegurança. 

Mais ativos ao anoitecer, eles podem dormir por até 20 horas. É importante a construção de uma toca para descansarem confortáveis e seguros.

Um bom lar para eles deve ser bem ventilado, seco e sem correntes de ar, com tigelas de água e comida limpas diariamente, bem como as áreas de banheiro. As faxinas devem ser feitas semanalmente para manter o ambiente confortável nas gaiola ou no cercadinho. É importante que estejam posicionados longe de plantas venenosas e fios elétricos, já que o modo de exploração dos furões e ferrets consiste em levar objetos à boca ou mastigá-los. 

É preciso uma caixa de areia separada das áreas de alimentação, sono e brincadeiras para que ele faça suas necessidades fisiológicas. O acesso a esse espaço deve ser regular e os bichinhos podem ser até treinados para aprenderem a usá-lo.

É preciso lembrar também que esses animais são predadores naturais no reino animal. Por isso, não devem ser mantidos próximo a outras espécies que podem servir de presas para eles, como ratos e peixes.

Muitos tutores optam por alimentar seus furões com rações comerciais para furões, mas outros preferem uma abordagem mais natural, como a alimentação com presas inteiras.

De acordo com um artigo da Veterinária de animais exóticos e pequeno porte Dra. Sandra Mitchell, uma comida saudável para esses animais não deve conter sementes, nozes ou pedaços de frutas secas. O alimento deve estar disponível 24 horas por dia, sendo verificada diariamente. Segundo a autora, pode-se também oferecer pedaços pequenos de frango magro cozido, carne bovina ou peixe, todos bem cozidos, sem ossos ou pele e cortados em cubos pequenos. Mas no dia-a-dia, o ideal são as rações próprias para furões ricas em proteínas.

A socialização também é uma parte fundamental de suas personalidades. Os furões são animais extremamente sociais e gostam de estar perto de seus tutores humanos e de outros furões. Essa natureza amigável e apegada torna-os companheiros fiéis e afetuosos.

Assobios, mordidas, gritos, fugas e mesmo se esconder podem ser sinais de que o animal está estressado, angustiado, entediado, doente ou ferido. Em qualquer um desses casos, é crucial consultar o veterinário para garantir que o bichinho está bem.

O furão e o ferret como animal de estimação são uma escolha que requer consideração cuidadosa. Eles trazem alegria e entretenimento para as casas de seus tutores, mas também, vêm com a responsabilidade de proporcionar um ambiente seguro e estimulante. A decisão de tê-los como animais de estimação deve ser tomada compreendendo completamente suas necessidades e características.

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