Arte rupestre de tamanho real retrata vida na pré-história no deserto; confira imagens

Gravuras em rochas em tamanho real de camelos, gazelas e outros animais, encontradas na Arábia Saudita, revelam mais sobre a pré-história humana no deserto arábico. Datadas entre 12,8 mil a 11,4 mil anos atrás, a escavação também encontrou evidências de fontes de água doce, que podem ter facilitado a expansão humana na região árida, além da produção de ferramentas. As descobertas estão em um artigo na Nature Communications, publicado nesta terça, 30.

Painel monumental de arte rupestre em Jebel Misma.

A vida humana no Oriente Médio foi marcada pela introdução da agricultura e pastoreio por volta de 12 mil anos atrás na região do Crescente Fértil, uma área banhada por rios, onde hoje é Iraque, Síria, Jordânia, Líbano, Israel e Palestina, e partes do Egito e Turquia. Apesar da proximidade, a área do deserto arábico passou por uma época extremamente árida e a atividade humana estava associada à presença de oásis por volta de 10 mil anos atrás; antes disso, era incerta.

Com as novas escavações no Deserto de Nefud, no norte Arábia Saudita, os pesquisadores encontraram uma peça que faltava no registro arqueológico da região: a presença de água. A análise dos sedimentos apontou que houve o aumento na disponibilidade de água em lagos sazonais entre cerca de 16 e 13 mil anos atrás. O acesso a recursos hídricos corrobora com a presença humana, antes dada como incerta no período, e sua produção de arte rupestre e ferramentas de pedra.

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Nas escavações, os pesquisadores encontraram mais de 130 gravuras em tamanho real de camelos, íbex, cavalos, gazelas e auroques. Algumas das representações têm mais de 2 metros de altura, além de versões em menor escala de camelos e seres humanos.

Também foram encontradas 532 ferramentas de pedra, que podem indicar conexões culturais com outros povos da região do Levante, entre o Mar Mediterrâneo, o deserto arábico e a Mesopotâmia.

Os autores indicam que ambas as produções, gravuras e ferramentas podem ter sido produzidas pelos mesmos grupos, mas são cautelosos quanto à confirmação. Porém, as novas descobertas são de grande valor ao demonstrar a adaptação humana a um clima árido e variável, de onde se tinha pouca evidências anteriores.

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