A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou nesta quinta-feira, 22, uma operação contra uma quadrilha de tráfico de drogas que movimentou 80 milhões de reais em negócios ilícitos. Ao todo, trezentos policiais foram destacados para cumprir quase duzentos mandados: 45 de prisão, 79 de busca e apreensão e 73 de bloqueios de contas bancárias.
Os alvos da força-tarefa — batizada de Via Pecuniam, que, traduzido do latim, significa “caminho do dinheiro — estão nas cidades de Araxá, Uberaba, Tapira, Frutal, Ibirité, Montes Claros, Uberlândia, Ituiutaba e Canápolis, todas em Minas. Também há alvos em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e, por isso, policiais paranaenses também participaram da operação.
Um dos vídeos que registra a operação (veja abaixo) mostra policiais fortemente armados entrando em uma das residências em que foram cumpridas ordens de prisão. Segundo o delegado da Polícia Civil de Minas, Felipe Colombari, chefe do DP de Uberaba, um dos que atuam na investigação, a operação desta quinta mirou “uma das maiores organizações criminosas” do país.
Os alvos são investigados pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídio. Segundo os investigadores, os criminosos usavam empresa fictícias e fintechs para despistar a origem ilícita do dinheiro obtido.
A lavagem de dinheiro por meio de empresas do ramo financeiro também foi utilizado pelos alvos da Operação Carbono Oculto, que, no final de agosto deste ano, desarticulou esquemas com o envolvimento do PCC que chegaram até grandes companhias da avenida Faria Lima, centro financeiro do país.
As fintechs permitem a abertura de “contas bolsão”, na qual o dinheiro pode ser depositado sem a necessidade de comprovação completa da cadeia de origem. A titular da conta pode movimentar esse valor sem dar o mesmo nível de satisfação às autoridades do que em contas bancárias convencionais. O crime organizado tem se aproveitado esse sistema, usando fundos de investimento sobre outros fundos de investimento para mascarar a origem do dinheiro ilícito.













