Sistema Integrado e sustentável: ferramenta para aumentar produtividade, renda e resilência à produção agropecuária

Por: Rogério Cabral

30/06/2025

Fórum serviu para mostrar importância de sistemas de produção sustentáveis para garantir renda, redução das emissões e adaptação às mudanças climáticas

O futuro do setor agropecuário está em sistemas agroflorestais (SAF) e no método de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), práticas que precisam ser adotadas em larga escala. Esse pode ser considerado o resumo da 4ª edição do Fórum de Sustentabilidade da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), realizado nesta terça-feira (24). Os dois temas foram abordados de forma didática e esclarecedora aos presidentes de sindicatos que acompanharam o evento.

Com a presença de Representantes das  secretarias estaduais de Agricultura e Abastecimento , Guaraci Belo de Oliveira e João Brunelli, e do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística,  Neide Araújo, além do diretor da Rede ILPF, Rui Pereira Rosa, e do presidente do Sindicato Rural de Cruzeiro, Wander Bastos, acompanhado do diretor Fabiano Haddad Collard, as palestras pontuaram a importância de projetos que envolvam sistemas integrados na melhoria da qualidade do solo e das culturas, além do aumento da produtividade e acesso a novos mercados.

“A questão da integração é muito importante. Não apenas nos cultivares, mas também entre as entidades que pesquisam e trabalham em prol das melhorias para o setor agropecuário. Tenho muito respeito pelo desempenho excepcional da Secretaria da Agricultura ao longo de sua história e fico feliz em tê-los aqui, ajudando nossos produtores na construção de um agro ainda mais forte e exitoso”, frisou Tirso Meirelles, presidente da Faesp.

Guaraci Oliveira e Neide Araújo abriram as discussões com apresentações sobre os ganhos em termos de produtividade com o SAF. Enquanto ele tratou da regulamentação estadual para implementação dos sistemas com ênfase na desburocratização do processo, Neide apresentou os resultados  do projeto de  Monitoramento Sistemas Agroflorestais  no Estado de São Paulo , realizado com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). Ambos reiteraram que é preciso mostrar aos produtores o ganho de qualidade e a valorização dos imóveis.

“Essa é uma ferramenta que pode ser usada na recuperação ambiental, caso haja passivo com a regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Importante perceber que o SAF pode ajudar na geração de renda extra aos produtores, com o plantio de frutíferas ou reflorestamento”, afirmou Guaraci Oliveira.

Já Brunelli ressaltou o trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo das últimas décadas para a construção de um estado com maior potencial agrícola, com a estratégia de levar para todo o estado os projetos de integração. Ele alertou que cerca de 70% dos pastos de São Paulo possuem algum tipo de degradação e, nesse aspecto, há a necessidade de se recuperar o terreno, incluindo a substituição de pastagem nativa por cultivada e a construção de um sistema de integração que atenda a realidade da propriedade.

“Nem toda integração precisa ser de Lavoura-Pecuária-Floresta. Cada propriedade tem suas particularidades que precisam ser compreendidas e respeitadas. O importante, até em termos financeiros, é integrar seus cultivares, como forma de reforçar a sustentabilidade e buscar recursos com melhores taxas. Essa é uma ferramenta que pode acabar sendo um diferencial nas políticas de fomento ao campo”, disse Brunelli, que fez coro com Tirso Meirelles sobre a necessidade de uma política de médio e longo prazos, com maior previsibilidade, para o setor agropecuário.

E a questão da sustentabilidade dos projetos foi o mote para Rui Pereira Rosa, da Rede ILPF, falar dessa prática e do trabalho divulgação e orientação de projetos de ILPF que tem sido desenvolvido pela entidade. Para ele, se não tiver resultado financeiro o projeto tende a ser substituído por outro que possa oferecer melhores resultados. O sucesso do plantio de banana, cacau e seringueira em São José do Rio Preto é apenas um dos muitos casos apontados como integração perfeita, diminuindo os riscos para o produtor e mostrando as diversas alternativas encontradas no campo paulista.

“Projetos bons levam a parcerias importantes para o setor”, admitiu Fabiano Haddad Collard, diretor do Sindicato de Cruzeiro. “É vital mostrar aos produtores como há uma gama de oportunidades em projetos que valorizem a integração. Na nossa região, por exemplo, na Serra da Mantiqueira, há um mercado crescente por sementes de árvores nativas para recuperação florestal de outras áreas do país, assim como a recuperação de nascentes e da floresta reforçou a presença de animais, como a onça parda e a jaguatirica, ampliando a oferta de turismo ecológico”.

Para o coordenador do Fórum, José Luiz Fontes, temas como esses, que serão tratados na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), precisam ser bem compreendidos por todos, em especial o produtor rural. Já o diretor Márcio Vassoler lembrou que o momento é de unir forças para mostrar o que está sendo feito no campo paulista e como isso impacta na cadeia produtiva do agro.

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