Uma série de ataques aéreos russos a Kiev matou pelo menos doze pessoas e feriu mais de 40 na madrugada desta quinta-feira, 28. Esta foi a ofensiva mais mortal contra a capital da Ucrânia em várias semanas.
Entre as vítimas fatais estão três crianças, de 2, 14 e 17 anos, segundo autoridades. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a afirmar que esse tipo de ação demonstra que a Rússia não tem a intenção de negociar o fim da guerra.
“Esses mísseis e drones de ataque russos hoje são uma resposta clara a todos no mundo que, há semanas e meses, pedem um cessar-fogo e uma diplomacia de verdade”, disse ele nas redes sociais. “A Rússia escolhe a balística em vez da mesa de negociações.”
Chuva de mísseis e drones
Duas ondas de ataques separadas atingiram a cidade: às 3h e às 5h30 do horário local. Autoridades relataram impactos em mais de 20 pontos diferentes, incluindo a destruição de parte de um prédio de cinco andares no leste de Kiev. Tymur Tkachenko, chefe da administração militar da capital, disse que uma menina de 14 anos e outra criança estavam entre os mortos no edifício gravemente danificado.
Um total de 45 pessoas foram contabilizadas como feridas até o momento. Delas, três foram resgatadas sob os escombros de um dos locais atingidos, segundo Ihor Klymenko, ministro do Interior. Segundo ele, os esforços de resgate continuam em busca de outras pessoas que possam estar soterradas.
Volta das bombas
Os bombardeios a Kiev foram sido relativamente contidos ao longo de agosto, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma tentativa frustrada de pôr fim à guerra ao se encontrar com seu homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca.
Mas o ataque desta quinta-feira indica que a Rússia parece pronta para retornar à sua campanha mortal. Autoridades ucranianas informaram que a capital foi alvo de mísseis balísticos e de cruzeiro, bem como de drones Shahed.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse na madrugada que um “ataque massivo à capital” estava ocorrendo. Ele instou moradores a permanecerem em abrigos mas garantiu que as forças de defesa aérea estavam funcionais.
Zelensky defendeu que deveria haver uma resposta internacional e pediu mais sanções contra a Rússia, inclusive de Pequim, aliada de Moscou. “Esperamos uma reação da China ao que está acontecendo. A China tem repetidamente pedido a não expansão da guerra e um cessar-fogo”, acrescentou.
Horas antes, o governo chinês havia informado que Putin estaria entre os líderes convidados para um desfile militar com o presidente Xi Jinping na próxima semana.