A ampla maioria dos brasileiros (quase 59%) gostaria que o próximo presidente da República mudasse de modo profundo a atual forma de conduzir o país, segundo levantamento feito entre os dias 21 e 24 de outubro pelo instituto Paraná Pesquisas e divulgado nesta terça-feira, 28.
De acordo com a sondagem, 29% dos entrevistados afirmaram que o próximo governante deveria mudar “bastante” a forma atual de administrar o país, enquanto 28,9% disseram que gostariam que ele alterasse “totalmente” a maneira como o país é governado.
Entre os entrevistados, outros 17,1% afirmaram que o futuro presidente “fizesse poucas mudanças” na atual forma de governar o Brasil.
Apenas 23% responderam que que querem a “total continuidade” do jeito atual de governar o país. Outros 2% não souberam ou não quiseram opinar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na semana passada que vai tentar um quarto mandato em 2026.
Avaliação de governo
O instituto também mediu a aprovação da população ao trabalho de Lula no seu terceiro mandato. Segundo o levantamento, 47,9% aprovam a gestão, enquanto 49,2% o desaprovam (veja quadro abaixo).
Em relação ao levantamento anterior do mesmo instituto, em agosto, a situação de Lula melhorou um pouco: antes, 42,9% aprovavam o seu trabalho (ou seja, houve um aumento de cinco pontos percentuais), enquanto 53,6% desaprovavam (queda de mais de quatro pontos).
Também melhoraram os percentuais dos que consideram a gestão ótima (de 11,7% para 13,8%) e boa (de 17,9% ara 21,5%), enquanto caíram as taxas do que avaliam o trabalho como ruim (de 9,3% para 7,6%) e péssimo (de 35,3% para 33,5%) — veja quadro abaixo com a série histórica calculada pelo instituto.

Corrida eleitoral
A melhora da popularidade teve como consequência também uma melhora da posição de Lula na corrida presidencial de 2026. Segundo a mesma pesquisa, o petista aparece numericamente à frente dos principais nomes do bolsonarismo: o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Leia aqui a matéria completa sobre a pesquisa de intenção de votos.
As más notícias, no entanto, também estão presentes no levantamento. Uma delas é que, apesar de aparecer numericamente à frente, todos os confrontos no segundo turno, contra qualquer candidato da direita, são muito apertados. Em todos eles, Lula aparece tecnicamente empatado com o adversário dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Veja abaixo os cenários de segundo turno projetados pela pesquisa:



Paraná Pesquisas – Lula x Tarcísio – segundo turno – outubro
Rejeição
Outro fator de preocupação para Lula é a sua rejeição — praticamente metade do eleitorado (47,5%) diz que não votaria no petista “de jeito nenhum” se ele for candidato novamente na eleição presidencial.
O número é preocupante porque pode mostrar um teto para o petista. A última pesquisa de avaliação de governo, feita pela Quaest no início de outubro, mostrou que, apesar da melhora, 49% dos eleitores ainda diziam desaprovar o seu terceiro período à frente da Presidência da República, praticamente o mesmo percentual que rejeita dar-lhe um quarto mandato.
Leia aqui a matéria completa sobre a rejeição do eleitor aos presidenciáveis.

Pesquisa
O levantamento do Paraná Pesquisas ouviu 2.020 eleitores entre os dias 21 e 24 de outubro em 162 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal.













