Os Jogos Olímpicos de Paris já se iniciaram e têm consigo o marco da liberação do uso de medicamentos e derivados à base de cannabis, porém é importante entender o que é permitido
O uso oficial de canabidiol pelos atletas foi nos Jogos de Tóquio (2020-21), após a Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency — Wada) retirar o CBD da lista de substâncias proibidas, liberando o uso para fins medicinais sem risco de desqualificação.
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Ainda que não seja uma permissão para toda a planta, já que apenas o canabidiol (CBD) foi autorizado, trata-se de um avanço significativo considerando os diversos indícios dos efeitos benéficos da cannabis, tendo em vista que a dor é companheira constante dos atletas de alta performance, assim como lesões e o esgotamento físico, ocasionado na maioria das vezes por levarem o corpo ao limite, a liberação deste medicamento se torna uma vitória.
Entendendo-se que a substância CBD não produz efeitos psicoativos, pode ser administrado como parte de protocolos de tratamentos de dores e na redução dos sintomas relacionados com a prática exaustiva de esportes.
A liberação do uso de substâncias derivadas da cannabis é um importante marco para diminuir os preconceitos. Atletas de elite que disputam as Olimpíadas estão aderindo aos produtos com cannabis para aproveitar principalmente as suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. O CBD está sendo uma alternativa natural que pode superar medicamentos convencionais já utilizados pelos esportistas.
Para a diretora de comunicação da Associação Canábica Maria Flor, Claudia Marin, este é um fator a se comemorar. “Sabemos o quanto o remédio de cannabis contribui para diminuição das dores em diversos tratamentos, e ver que também atletas olímpicos são beneficiados com esta planta é um orgulho para nós que produzimos cannabis medicinal”, relata.
Apesar da escassez de estudos clínicos oficiais sobre a influência da cannabis no esporte, já existem artigos, publicações científicas e, principalmente, observação clínica que comprovam sua eficácia.
Um exemplo é o skatista catarinense Pedro Barros que ganhou a medalha de prata no Skate Park nos Jogos de Tóquio, ele trocou a medicação convencional para cuidar da sua saúde mental com cannabis. O ex-pugilista Maguila também usa o canabidiol para controlar uma doença degenerativa no cérebro e fala sobre sua melhora na qualidade de vida. A nadadora americana Amy Van Dyken, atleta seis vezes medalhista de ouro olímpica, sofreu um acidente de quadriciclo em 2014 que a deixou paraplégica, desde então, ela se tornou uma forte defensora do uso medicinal da cannabis, já que conseguiu benefícios significativos em seus tratamentos.
Confira a lista de outros atletas que usam óleo de cannabis para auxiliar em seus treinos e recuperações de lesões:
- Bob Burnquist – Skatista (BRA)
- Ítalo Penarrubia – Skatista (BRA)
- Daniel Chaves – Maratonista olímpico (BRA)
- Bruno Soares – Tenista (BRA)
- Lívia Souza – Lutadora de UFC (BRA)
- Raoni Barcelos – Lutador de MMA (BRA)
- Talisson Glock – Nadador paralímpico (BRA)
- Roberto Alcalde – Nadador paralímpico (BRA)
- Andrew Talansky – Ciclista (EUA)
- Carli Lloyd – Jogadora de futebol (EUA)
- Megan Rapinoe – Jogadora de futebol (EUA)
- Nate Diaz – Lutador de MMA (EUA)
- Kevin Durant – Jogador de basquete (EUA)
- Brittney Griner – Jogadora de basquete (EUA)
- Michael Phelps – Nadador (EUA)
- Usain Bolt – Velocista olímpico (JAM)
Acredita-se que neste ano vários outros atletas de elite irão manifestar o uso de cannabis no tratamento de lesões e outras condições clínicas.
Fonte de pesquisa: cannabis e saúde/conjur/etd
Artigo: Associação Canábica Maria Flor