O objetivo de Trump em transformar Departamento de Defesa em Departamento de Guerra

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai assinar um decreto nesta sexta-feira, 5, que muda o nome do Departamento de Defesa para Departamento de Guerra, uma nomenclatura que não é usada desde 1949, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters e pelo Wall Street Journal.

Na quinta-feira, o titular da pasta, Pete Hegseth, publicou em sua conta na rede social X, antigo Twitter, uma reportagem da Fox News sobre o assunto, acompanhado do comentário: “DEPARTAMENTO DE GUERRA”. Pelas regras atuais, a mudança precisa de aval do Legislativo, onde os republicanos têm maioria e não mostram intenção de barrar o projeto ou se desgastar com o presidente.

“Vencemos a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, não com o Departamento de Defesa, mas com um Departamento de Guerra”, disse Hegseth em uma entrevista na quarta-feira à Fox. “Como o presidente disse, não somos apenas defesa, somos ataque”.

Em outros momentos, Hegseth já havia afirmado que uma possível alteração não é apenas sobre palavras, mas sobre um “espírito guerreiro”. Em junho, Trump também mencionou a possibilidade de mudança, dizendo que “queremos ser defensivos, mas também queremos ser ofensivos”.

O Departamento de Defesa era chamado de Departamento de Guerra até 1949, quando o Congresso unificou Exército, Marinha e Força Aérea após a Segunda Guerra Mundial, em uma mudança para indicar que, na era nuclear, o objetivo dos EUA era prevenir conflitos. Para o presidente, a mudança teria sido feita por ser “politicamente correta”.

Desde que voltou à Casa Branca, em janeiro, Trump tem buscado renomear locais e instituições, incluindo o Golfo do México, além de restaurar nomes originais de bases militares que foram alterados após protestos contra o racismo.

A mudança, na prática, é parte da intenção de reformular a imagem de poder das Forças Armadas americanas dentro e fora do país. Ao contrário de seu primeiro mandato, Trump tem se cercado mais de militares e, fora do país, ordenou bombardeios contra rebeldes hutis no Iêmen e um ataque sem precedentes contra instalações nucleares do Irã. Nesta semana, Washington também atacou um navio venezuelano em águas internacionais citando um suposto carregamento de drogas.

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