Não pode adotar um pet? Que tal apadrinhar?

Você já ouviu falar em apadrinhamento de pet? A prática tem se tornado cada vez mais comum, especialmente por pessoas que não podem adotar, por falta de espaço, tempo para cuidar ou mesmo disponibilidade financeira para suprir todas as despesas. 

O apadrinhamento pode ser uma alternativa para reduzir o número de animais abandonados e sem tutor fixo. Inclusive, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, somente no Brasil o número de cães e gatos sem tutor somam mais de 30 milhões.

Helaine Gabriele, cuidadora e fundadora do abrigo Cantinho do Pet, localizado em Campo Limpo Paulista, interior de São Paulo, cuida de cães resgatados de maus-tratos, inclusive fêmeas que são abandonadas gestantes. “Aqui eu hospedo também cães que são resgatados por pessoas que não podem adotar e que se encontravam até então em estado de total vulnerabilidade. A maioria, 99% dos casos, têm histórias de crueldade, como falta de alimentação, restrição à água, limpeza feita pelos antigos tutores com cloro, até estupro e atropelamento com abandono. Então, quando eles chegam aqui, eu procuro ressignificar a história de cada um deles com cuidados e amor, até que eles sejam adotados”, explica. 

No entanto, nem todos os cães são adotados. Alguns deles, principalmente os idosos e com problemas de saúde crônicos, já chegam com o destino praticamente traçado em nunca ter uma família. Por isso, Helaine os mantém sob cuidados até o final de suas vidas. “O que eu procuro fazer, no tempo de cada um deles, é mostrar que aqui eles terão comida de qualidade, água à disposição, cama confortável e quentinha, local coberto para repousar e muito espaço para brincar”, explica a cuidadora que, para além de qualidade de vida, fica responsável por todos os cuidados de cada cão: desde os manejos com banhos, vermífugo, anti pulgas e vacinas, até consultas ao veterinário quando necessário. 

Para cobrir os custos, muitos dos cães contam com apadrinhamento de uma ou mais pessoas, que, por meio de doações mensais, cobrem as despesas individuais. Em média, cada cão demanda o valor de R$ 400,00, que inclui banho, ração premium, proteínas como fígado e frango, oferecidas de acordo com o histórico de saúde de cada um deles, hospedagem em local seguro e cercado, baia livre para descanso e sono, além de adestramento e cuidados 24 horas. “Cada cachorro quando chega aqui, recebe banho, alimentação e água. Em seguida, eu começo o trabalho de socialização, trabalhando o senso de matilha, além de estabilização emocional, já que alguns chegam aqui ansiosos e até agressivos. Mostro a cada um que aqui eles estão seguros e protegidos”, conta Helaine. 

Apadrinhar oferece segurança ao pet e é mais simples do que parece

Se você resgatar um pet e não puder adotar e nem mesmo oferecer os primeiros cuidados, pode levá-lo a um abrigo de confiança e sugerir o apadrinhamento. 

Caso a grana esteja curta, sugira a um grupo de amigos, colegas de trabalho e familiares uma quantia pequena mensal para manter o pet no abrigo e/ou ONG.

Se informe no local que vai abrigar o pet, todos os serviços e produtos inclusos na mensalidade.

Peça notícias periódicas do pet ao protetor/cuidador do abrigo e/ou ONG.

Faça visitas para brincar e doar amor ao bichano – se não se sentir confortável emocionalmente com as visitas, não deixe de pedir fotos e vídeos para acompanhar a sua evolução.

Em casos de apadrinhamento em conjunto com outras pessoas, crie um grupo no WhatsApp, ou outra rede social, para tratar de temas como pagamento e, também, para compartilhar notícias sobre o pet. 

A especialista em comunicação e professora Giovana Zulato, reside em São Paulo e é madrinha em conjunto com outras nove pessoas do Vovô, um cão idoso que foi resgatado no alto verão de 2023 por um casal de amigos que moram na cidade de Jundiaí (SP). “Tomei a decisão de adotar o Vovô, em primeiro lugar porque a amiga que resgatou é apaixonada por cães e eu confio muito nela. Então, quando ela compartilhou a história dele com tanta angústia por não poder adotá-lo, já que tem dois cachorros, e também por não conseguir uma família para ele depois de um mês na casa dela, eu decidi ser madrinha. As fotos e os vídeos do Vovô que ela sempre manda são apaixonantes. E, além disso, depois que eu adotei a minha gata Maria, fiquei mais sensibilizada pela causa dos pets que estão para adoção. Inclusive, se eu pudesse teria mais pets”, conta. 

Giovana diz que ser madrinha é uma forma de se sentir mais perto do Vovô. No entanto, ela revela sentir que ainda é pouco. “Eu amo animais e quero poder fazer mais por eles. Inclusive, o apadrinhamento vai além da ajuda financeira, já que infelizmente os abrigos estão lotados de cães e gatos que precisam de amor e atenção enquanto não conseguem um lar. Cada um fazendo um pouquinho e o que pode, dentro de sua realidade, já ajuda e faz bem a eles”. 

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