A inteligência artificial será melhor que todos nós. E mesmo assim será vazia
Por Marcos Piangers
A inteligência artificial será melhor que todos nós. Roubará nossos empregos. Governará nosso mundo. Nós tornará obsoletos. E mesmo assim será vazia.
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Será capaz de fazer músicas, mas não de dançá-las. Não saberá o que é sentir arrepios. Nunca vai saber o que é se emocionar com uma carta. Será capaz de criar imagens, mas não vivê-las. Poderá escrever poemas, mas nunca vai saber o que é chorar. Nunca terá o coração engasgado diante de um filho.
A inteligência artificial poderá analisar milhões de dados, mas nunca vai saber o que é intuição. Calculará probabilidades, mas nunca vai saber como a fé move montanhas. Simulará emoções, mas não saberá o que é saudade. Imitará conversas, mas nunca vai saber o que é o silêncio entre duas pessoas que se amam.
Preverá padrões, mas não surpresas. Gerará imagens de crianças, mas nunca vai saber como é brincar com elas. Criará receitas, mas não poderá saboreá-las. Não saberá o que é sonhar. Não sentirá a dor do tempo passar. Não tocará a delícia do mar.
Porque a vida não é algoritmo. O amor não é programação. A dor não é equação fácil de resolver. A complexidade da existência humana não é explicável.
O robô dança, mas não sabe a graça de errar o ritmo. A ligação automática jamais fará amizades. O carro autônomo nunca se perde, pra encontrar inesperadamente uma praça maravilhosa.
Poderá ser mais inteligente, mais rápida, mais eficiente. Poderá resolver problemas que nós não conseguimos. Terá todos os dados, toda energia, toda capacidade computacional. Poderá nos deixar sem empregos. Não a invejo. Jamais me tirará a alegria de saber o que é a beleza de estar vivo.
Marcos Piangers
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