O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin foram algumas das autoridades do governo federal que subiram no mesmo palco do opositor e governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para discursar, bater o martelo e celebrar a conclusão do leilão para a construção e operação do túnel que ligará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista. A cerimônia foi realizada na tarde desta sexta-feira, 5, na sede da B3, na capital do estado, e entregou o projeto orçado em 6 bilhões de reais à portuguesa Mota-Engil. A empresa vencedora irá administrar o túnel pelos próximos 30 anos. Feito por meio de uma parceria público-privada (PPP), o investimento será dividido entre a concessionária privada e os governos federal e estadual.
“Temos que celebrar mesmo o que está acontecendo, porque não é sobre o túnel, é sobre pessoas”, disse Tarcísio, o principal cotado à sucessão do ex-presidente Jair Bolsonaro como candidato à presidência nas próximas eleições, agradecendo e mencionando os nomes de Alckmin, Haddad e também dos ministros Silvio Costa Filho, que é do mesmo Republicanos de Tarcísio, mas cuida da pasta de Portos e Aeroportos do governo de Lula, e Márcio França, que foi do Ministério dos Portos e hoje está à frente do Ministério do Empreendedorismo.
“Temos aqui uma demonstração da volta do espírito republicano e de parceria pelo Brasil, porque muita coisa boa aconteceu para que essa obra fosse viabilizada”, disse Haddad em seu discurso após a conclusão do leilão. “O importante é que os projetos saiam do papel, não importa como serão viabilizados – se em parceria com um governo da situação ou da oposição. E se tem uma coisa que não aconteceu aqui foi disputa de protagonismo. Desde o começo houve um grande diálogo entre o governo estadual e federal, os dois deram as mãos. É assim que se faz política e assim que se constrói a democracia.”
Último a subir ao palco para falar, o vice-presidente e ministro da Indústria e Desenvolvimento Geraldo Alckmin, também celebrou a parceira entre os diferentes governos e partidos. Alckmin, hoje do PSB, também foi governador de São Paulo, ainda pelo antigo adversário do PT, o PSDB, e foi durante um de seus mandatos, em 2012, que boa parte do projeto para o túnel que agora sai do papel chegou a ser desenvolvido, embora não tenha evoluído à época. “Estamos unidos para viabilizar essa grande causa”, disse Alckmin. “Um túnel sempre tem dois lados, e a obra começa pelos extremos, e é quando eles se encontram que a obra se completa. Quando os opostos convergem, é possível fazer não apenas um túnel, mas também fortalecer um país.”
