IPCA tem maior alta para setembro desde 2021, puxado pela conta de luz

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A inflação ao consumidor medida pelo IBGE por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo apresentou alta de 0,48% no mês de setembro e acelerou um pouco a inflação brasileira. Apesar do resultado ser de alta, ele ficou abaixo das expectativas de boa parte do mercado. Esse é o maior resultado para o mês de setembro desde 2021, pontua o economista-chefe da APAS – Associação Paulista de Supermercados, Felipe Queiroz..

O principal grupo que contribuiu com a alta foi o de habitação motivado pelo fim do bônus de Itaipu e pela volta da bandeira tarifária vermelha no patamar 2, o que reflete a falta de chuva, a baixa nos reservatórios e, consequentemente, o aumento do custo para a produção de energia elétrica.

Por outro lado, temos observado queda em itens fundamentais na cesta das famílias, que estão relacionados aos alimentos em domicílio. Esse é um patamar muito importante porque aumenta o poder de compra das famílias. Por exemplo, a alimentação em domicílio apresentou deflação de 0,41% e houve uma desaceleração na alimentação fora do domicílio. Tudo isso aponta para um cenário de maior estabilidade inflacionária, com a possibilidade do início do ciclo de redução da taxa básica de juros.

Mesmo com a alta observada no último mês, o Brasil mantém uma política monetária excessivamente contracionista, com uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Isso produz um impacto direto sobre os investimentos, sobre o poder de compra das famílias e sobre a economia como um todo. É um freio de mão efetivamente puxado que nós temos atualmente.

Quando aumenta a taxa de juros num patamar como o atual, consequentemente, torna-se muito mais caro o investimento e há um desestímulo aos empresários investirem. Acabamos por perpetuar um ciclo de baixo investimento na economia e a redução estrutural do potencial de crescimento e desenvolvimento do país.

É o caso do que puxou hoje a alta que está relacionada ao custo de energia. Só vai diminuir o custo de energia se houver mais investimento, mas com uma selic a 15%, há um desestímulo ao investimento.

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