Em algum momento, você já deve ter ouvido dizer que “o meio interfere no comportamento” ou que “o meio influencia as escolhas e os resultados”. Esse pensamento pode ser costumeiramente associado ao comportamento das pessoas e intensamente ligado às organizações.
Os ambientes nos quais as organizações estão inseridas são cada vez mais incertos, voláteis e dinâmicos e, como consequência, repletos de desafios e problemas. Dessa forma, gestores, empresários e empreendedores são obrigados a encontrar soluções se as empresas quiserem sobreviver, prosperar e gerar resultados.
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Para tanto, é fundamental pensar constantemente em inovação. Mas qual é a definição de inovação? Para os autores Singh e Aggarwal (2021), inovação é a operacionalização do potencial criativo com motivação comercial e/ou social, por meio da implementação de novas soluções adaptativas que criam valor, aproveitam novas tecnologias ou invenções, e contribuem para a vantagem competitiva e o crescimento econômico.
Basicamente, e na prática, significa colocar o seu potencial criativo à prova, para resolver problemas ou criar soluções que agreguem valor, gerando diferencial competitivo e promovendo o crescimento econômico. Geralmente, empresas inovadoras alcançam um crescimento mais forte e são mais bem-sucedidas do que aquelas que não inovam, até porque ganhar participação e aumentar resultados, são muitas vezes consequência de estratégias inovadoras.
Como a inovação acontece nas empresas?
Essa é uma abordagem ampla, mas podemos considerar duas modalidades: inovações em produtos e inovações em processos.
Inovações em produtos são aquelas impulsionadas por tendências de mercado e novas tecnologias, enquanto as inovações em processos estão geralmente ligadas à padronização. Empresas que oferecem produtos considerados commodities, com pouca variação nas características, costumam atuar na inovação de processos.
Ainda relacionado a características, temos a inovação com foco no cliente, que aborda como melhor explorar as necessidades da base de clientes; e a inovação com foco no mercado, que envolve a exploração de novos mercados e horizontes. Esses são os motivos mais frequentemente associados à inovação, embora ela ocorra de forma mais rara.
As questões menos associadas e lembradas à inovação, mas mais comuns em seu emprego, são a resolução de problemas (inovar para resolver problemas do dia a dia) de forma rápida e eficaz, e a inovação para adaptabilidade, ou seja, enfrentar novos desafios inesperados de forma mais dinâmica e segura. Sempre vale lembrar que inovação não é invenção.
A invenção ocorre antes da inovação. Invenção se dá quando algo é novo para todos, é a criação de algo! De forma ilustrativa, quando uma empresa ou alguém consegue vender uma invenção, aí sim podemos considerar inovação: algo foi inventado para “curar a dor” de alguém ou de alguma empresa, e essa solução foi vendida, ou seja, alguém a usou ou vai usá-la para resolver algo!
A inovação pode acontecer sem que algo tenha sido inventado; basta criatividade para aprimorar, adaptar, simplificar ou compor algo. Ações que permitem ou propiciam inovação e empresas inovadoras geralmente alcançam crescimento mais forte ou são mais bem-sucedidas do que as que não inovam.
Mas cuidado ao se dedicar mais (tempo e dinheiro) pensando e buscando inovação, do que a energia dedicada à atividade-fim da empresa. Isso seria o mesmo que imaginar um gestor de uma empresa com dificuldades financeiras, onde o tempo é consumido para resolver situações de estresse financeiro diariamente, deixando de dedicar-se à atividade principal, comprometendo o tempo para definição de estratégias e desenvolvimento de melhorias.
Além da falta de tempo, existem algumas desculpas para não se pensar em estratégias de inovação, como a incompetência futura e a miopia corporativa, que também está ligada ao tempo. Isso ocorre quando empresas e gestores, por diversos motivos, vivem uma luta no dia a dia da empresa, “apagando incêndios”, e não conseguem projetar-se estrategicamente, uma verdadeira ameaça sob vários aspectos.
Ficar livre o dia todo apenas para pensar em estratégias de inovação não é uma realidade para a grande maioria, mas pelo menos pense em reservar um tempo para a inovação na sua empresa. E não faça isso sozinho: mobilize pessoas para contribuir.
Afinal, todo mundo já ouviu alguma história em que alguém teve uma “brilhante ideia” inútil, que não se aplica à realidade de determinado setor por falta de vivência ou experiência de quem a criou, muitas vezes sem conhecer a rotina e a prática “do negócio ou setor da empresa”. Por isso, envolva pessoas ligadas às rotinas que estão submetidas à possibilidades de inovar.
Na sua empresa, não se deixe levar pelo desprezo à inovação! Afinal, ela pode determinar não apenas o sucesso, mas também a perenidade de um negócio. O futuro, onde sua empresa é projetada, ainda não existe, mas será criado! Dê à sua empresa a chance de chegar lá com força e vigor. Pense mais em inovação!