O JAF, como é conhecido, tem por objetivo desenvolver o espírito empreendedor dos jovens para se tornarem pessoas autônomas, responsáveis e profissionais

Desde 2006, o Programa Jovem Agricultor do Futuro do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-SP) tem levado conhecimento pedagógico e técnico a jovens entre 14 e 17 anos, em mais de 100 municípios paulistas anualmente.

O JAF, como é conhecido, tem como premissa desenvolver o espírito empreendedor dos jovens para se tornarem pessoas autônomas, responsáveis e profissionais que correspondam ao mercado de trabalho da agricultura e da pecuária, além de trabalhar a gestão de uma propriedade rural de forma sustentável.

Ele é dividido em 10 meses de duração, possui 464 horas totais, divididas em 4 por dia. Além disso, até 2024, o programa havia acumulado um total de mais de 44.700 jovens participantes. Com exceção dos dois anos de pandemia (2020 e 2021), o número de participantes e de turmas só vem crescendo.

Organizado de forma que os desafios e problemas, tanto pessoais quanto profissionais, surjam no ambiente de aprendizagem de maneira semelhante como aparecem na vida, na sociedade e no trabalho.

Seu formato e objetivo tem levado sindicatos rurais a receberem pedidos ano após ano para formação de turmas. Dentre as percepções de coordenadores, instrutores e dos próprios alunos e alunas está a de “descortinar o futuro aos jovens que realizam o Programa Jovem Agricultor do Futuro” e de “abrir horizontes aos participantes”.

SERTÃOZINHO

Coordenadora há cinco anos no sindicato rural de Sertãozinho, Manuela Guindalini Sicchieri diz que o Programa é aplicado no município há 12 anos e nota uma enorme mudança nos participantes, desde objetivos pessoais a casos de começar com um irmão, ingressar outro e no fim quatro da mesma família terem realizado o Jovem Agricultor do Futuro.

“É nítido que o JAF impacta demais na vida de muitos desses jovens. Eles têm sonhos, querem se formar, querem se desenvolver e o programa ajuda-os a despertar para muita coisa”, afirma Manuela.

Antônio Cesar Peghini Junior ingressou em 2014, então com 14 anos. Ele conta que não tinha pretensão de fazer o programa e que sua ideia a respeito “era de ficar sob o sol e mexer com plantas”.

“Tudo isso foi por terra no primeiro mês. Me apaixonei pelo JAF e foi através dele que consegui meu primeiro emprego. Os instrutores foram muito importantes e incentivadores. Devo dizer que o programa mudou completamente a minha vida”, afirma Antônio, que atualmente trabalha na Canaoeste com drones e recursos hídricos.

Também em Sertãozinho, Lucas Felipe de Sousa conta que foi por iniciativa do pai que realizou o Programa Jovem Agricultor do Futuro. Atualmente cursando o 1º ano do Ensino Médio, ele diz que está mais expansivo e comunicativo, bem ao contrário de sua natureza tímida e introvertida de um ano atrás, quando ingressou no JAF.

O garoto que apreciava a solidão, desenhava (talento reconhecido pela instrutora) e tocava teclado em casa, foi, pouco a pouco, se enturmando com os amigos e se interessando por outros assuntos. “Eu não gostava de mexer com terra, com animais e nem me misturava. Aos poucos, fui me socializando, fazendo amigos e me interessei pelo agro. O que mais gosto é de trabalhar com o cacau. Tudo a partir do JAF e do incentivo da Carol”, explica.

Carol é Carolina Veluci, instrutora do Senar-SP há quatro anos. Formada em Agronomia e Ciências Biológicas, ela tem mestrado em Entomologia Agrícola. Ao saber do incentivo que proporcionou a Lucas e do reconhecimento dele por seu trabalho, emociona-se.

Ela conta que o que mais lhe chamou a atenção foi o fato de ele sempre desenhar Willy Wonka, o personagem principal da Fábrica de Chocolate. “Então, os dias foram passando, as dinâmicas acontecendo, e descobrimos que o verdadeiro sonho dele era se tornar confeiteiro. Ele tinha uma afinidade especial com o chocolate. Só que, de um jeito singular, ele extraía o chocolate diretamente do cacau. Pegava os frutos de uma casa da irmã da igreja e, com o auxílio da mãe e de alguns vídeos que assistiu no YouTube, aprendeu todo o processo de produção do chocolate.”

“Este programa é verdadeiramente transformador. O instrutor vai além do papel de educador — torna-se um amigo, um incentivador, alguém que está sempre disposto a ouvir. Estendemos a mão para além dos limites da sala de aula, assumindo diversos papéis: de pai, mãe, psicólogo, orientador profissional… é extremamente gratificante perceber o impacto positivo que podemos gerar na vida desses jovens”, afirma.

Para Priscila Levorin, técnica do Senar-SP, uma das razões que explica a grande procura pelo programa não é somente sua grade que possui Marketing, Educação Financeira, Tecnologia da Informação, Gestão de Recursos Humanos, dentre outras disciplinas, mas especialmente essa interação entre os jovens participantes e os instrutores.

“Percebemos que são os instrutores e instrutoras, que estão na linha de frente do JAF, que fazem a diferença. Todas as atividades que planejamos só fazem sentido pelo trabalho deles e delas”, explica Priscila. “A sensibilidade, a escuta e o incentivo desses profissionais se traduzem no engajamento e nos depoimentos que esses jovens nos dão ano após ano.”

Galeria

Turma de 2014

Turma de 2024

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