Gravidez e Pets: Como Garantir uma Convivência Segura e Saudável

O período da gravidez acende muitas dúvidas para a futura mamãe, como os riscos de contrair doenças ao conviver com os pets na gestação. O assunto pode gerar muita angústia para quem vive esse momento e ama seu pet. Mas, afinal, é possível levar uma gestação saudável convivendo com animais?

Ao descobrir uma gestação, a mulher passa por uma série de mudanças não só no corpo, mas também dos hábitos e rotina que devem ser adaptados para proporcionar bem-estar à gestante. As mudanças e cuidados para preservar a saúde da futura mamãe, geralmente, envolvem todos os integrantes da família, incluindo os pets. Levando a sério alguns cuidados, a convivência com eles pode ser benéfica na gestação.

A Dra. Michele Portes, Obstetra na Rede Mater Dei de Saúde, explica que o primeiro trimestre da gestação é o mais delicado e exige atenção com o manuseio e cuidados com bichos. “Nesse período os parasitas transmitidos pelos pets podem causar má formação e até abortamento por meio de doenças como a toxoplasmose, mais conhecida. Mas pets podem ser vetores de outras doenças como Salmonelose e Leishmaniose visceral, que podem causar sintomas que variam de leves a graves, podendo evoluir para disfunções orgânicas da gestante, comprometendo sua saúde e prejudicando o desenvolvimento do feto.”

Assim como a gestante realiza consultas médicas e exames pré-concepção, seu pet também deve visitar o veterinário para realizar um check-up. Dessa forma é possível identificar e tratar um eventual parasita que causaria danos à gestante, ao feto e ao próprio animal.

Manter a vacinação e as consultas regulares com veterinários em dia, assim como o vermífugo, são atitudes essenciais para cuidar da saúde de todos os integrantes da casa. A obstetra lembra que a gestante deve evitar contato com alimentos e secreções de outros animais, mantendo o ambiente sempre limpo. “Não é recomendado manusear as fezes e urinas dos pets, caminhar descalça em gramados e areias, manipular hortas ou jardins sem luvas.” 

A Dra. Vivian Quito, médica veterinária, destaca que manter a higiene dos pets e do ambiente é fundamental para prevenir qualquer contaminação. “Para evitar a proliferação de moscas e bactérias, o ideal é limpar regularmente os recipientes de comida e água, manter caminhas e mantinhas limpas, limpar as fezes e a urina do animal rapidamente e evitando contato direto caso não haja outra pessoa para realizar essa função, além de sempre lavar as mãos após brincar com os pets.”

A veterinária ressalta que é extremamente importante manter os próprios animais limpos e higienizados diariamente e após passeios, principalmente aqueles que vivem dentro de casa e sobem na cama e sofá. Além disso, é importante garantir que a casa esteja livre de roedores, que podem transmitir doenças perigosas aos animais e tutores.

Os pets são sensíveis às mudanças no ambiente e podem perceber as alterações hormonais da gestante. “Alguns se tornam mais protetores, enquanto outros podem demonstrar ansiedade ou até mesmo sinais de estresse. Caso haja mudanças no comportamento do animal, é indicado buscar orientação de um veterinário especializado em comportamento animal para ajudar na adaptação à nova rotina”, pontua Dra. Vivian.

Com os devidos cuidados, o relacionamento da gestante ou do bebê com pets pode ter benefícios importantes, como redução do estresse, sensação de paz e tranquilidade, companheirismo, afeto e amor. Os mais travessos ainda podem ajudar a gestante a se manter ativa estimulando a realização de caminhadas e passeios, atividades muito importantes nesse período.

Convívio com gatos é proibido para gestantes? 

Os gatos são constantemente associados a um risco de saúde para a gestante e o feto devido a transmissão da toxoplasmose. Como já mencionamos, essa é, de fato, uma doença infecciosa perigosa para as grávidas, mas é possível conviver com os felinos durante a gravidez sem riscos. 

Dra. Vivian explica que, antes de mais nada, para transmitir a doença o gato precisa estar infectado e ter suas fezes expostas no ambiente de 24 a 36 horas para que o oocisto da toxoplasmose se torne infectante. “Se as caixas de areia forem limpas ao menos 2 vezes ao dia, conforme é recomendado para todo tutor de gato, os riscos de transmissão da doença reduzem significativamente.” 

A médica veterinária explica que o contágio tem maiores chances de acontecer através da ingestão de verduras mal lavadas, carnes mal cozidas e cruas, sendo esta a forma como os gatos se contaminam: pela ingestão de carnes cruas ou animais contaminados, como ratos e pássaros.

Portanto, cozinhe bem os alimentos para oferecer aos gatos, o que inclui carnes de boi, porco e carneiro, que podem conter oocistos do Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose. Além disso, recomenda-se que a gestante não tenha contato direto com a caixa de areia e que outra pessoa faça a limpeza diária, utilizando luvas e sempre lavando muito bem as mãos depois. Mantenha o bichano dentro de casa e opte por oferecer apenas ração e alimentos próprios para pets.

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