Bolsonaristas se reuniram neste domingo, 7, na praia de Copacabana, em manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde em prisão domiciliar a acusações de participar da trama golpista. Com a presença de seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ), e do governador do Rio, Claudio Castro (PL), o ato teve pedidos de anistia ao capitão da reserva, pleitos para que ele concorra ao Palácio do Planalto em 2026 e críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Para o tradicional reduto das manifestações bolsonaristas no Rio, foram levados cartazes com pedidos de “anistia já” e pelo impeachment de Moraes, além de ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. Mensagens de apoio ao presidente americano Donald Trump também foram vistas nas ruas.
Ao longo dos últimos anos, apoiadores do ex-presidente utilizaram o 7 de Setembro, dia da Independência do Brasil, como mote para intensas manifestações em todo o país, muitas vezes com críticas ao STF e ao ministro relator do processo que julga Bolsonaro na Corte.
Principal porta-voz do pai após suas restrições, Flávio disse prever o resultado do julgamento em curso com a condenação de Jair e fez apelos para que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pautem o projeto de lei que propõe anistiar os envolvidos na trama golpista.
“Todo mundo sabe o que vai acontecer esta semana no Supremo Tribunal Federal. Porque aquilo não é um julgamento, aquilo é uma farsa, um teatro, porque todo mundo já sabe o resultado”, disse o senador, antes de convocar apoiadores a irem às ruas após a decisão do STF, e completar: “Não existe anistia criminal sem anistia eleitoral. Não cedam, presidentes Hugo e Davi, a essa pressão covarde de Alexandre de Moraes. Nós não vamos admitir uma anistia que não contemple Jair Bolsonaro”, concluiu.
Cláudio Castro, que discursou antes de Flávio, também defendeu que Bolsonaro seja inocentado no julgamento do STF. “Não existe golpe”, afirmou, na tentativa de inflamar os manifestantes. Governador em segundo mandato, ele deve concorrer ao Senado em 2026 ao lado do filho 01 do ex-presidente e tem endurecido seu discurso junto aos apoiadores de Jair.
Também réu no Supremo, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) classificou a inelegibilidade do ex-presidente como “antidemocrática”. “Eleição em 2026 sem Bolsonaro é golpe”, discursou. E seguiu: “O sistema se voltou contra todos nós. Querem nos prender. A pauta é anistia, ampla e irrestrita”.
Vice-presidente da Câmara dos Deputados, o presidente do PL no Rio Altineu Cortes também subiu o tom em defesa da anistia. Ele cobrou que o tema seja pautado e disse que “o Supremo Tribunal Federal tem que respeitar o Congresso Nacional”, caso o projeto seja aprovado pelo Legislativo.