Faesp recebe grupo mexicano de microcrédito voltado a mulheres rurais

Finvivir avalia viabilidade legal e comercial para atuar no Brasil com modelo baseado em confiança comunitária

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) recebeu, em 12 de dezembro, representantes do grupo empresarial mexicano Finvivir, empresa especializada na concessão de microcrédito para mulheres que vivem e trabalham exclusivamente no meio rural. Os empréstimos variam entre 150 e 300 dólares e podem ser utilizados tanto para consumo quanto para produção, sendo que cerca de 30% a 40% dos recursos aplicados em atividades produtivas apresentam bons resultados.

O chairman da Finvivir, Alejandro Franco, explicou que a empresa está estudando se é legalmente possível e comercialmente viável se estabelecer no Brasil. “Atendidos esses critérios, a empresa poderá iniciar suas operações no país”, disse. Acompanhando a comitiva da Finvivir estava também o cônsul adjunto do México em São Paulo, Jose Alberto Limas Gutiéres. Pelo Sistema Faesp/Senar estiveram presentes o superintendente do Senar-SP, Mario Biral; a presidente da Comissão Semeadoras do Agro, Juliana Farah; o gerente do Departamento Jurídico da Faesp, Thiago Soares; o assessor de Relações Internacionais da Faesp, Carlos Cerri; e técnicos do Caesp e do Senar-SP.

O foco da Finvivir nas mulheres se deve à avaliação de que elas demonstram maior responsabilidade financeira e, em muitos casos, são as principais provedoras das famílias. Em diversas comunidades atendidas, a empresa representa a única oportunidade de acesso ao crédito. Um diferencial do modelo é a presença constante no campo, com agentes que realizam visitas semanais às comunidades.

Criada no México, onde mantém sua sede, a Finvivir já atua também no Peru, Colômbia e Filipinas, além de estar em implantação na Indonésia. A intenção de expandir para o Brasil se baseia nas semelhanças culturais e sociais, especialmente no papel central da mulher na organização familiar.

Os representantes da empresa consideram que o primeiro contato com a Faesp é importante para, futuramente, divulgar a iniciativa ao público rural interessado. Seu modelo de negócios não exige garantias patrimoniais nem prevê medidas jurídicas contra inadimplência, apoiando-se na indicação de uma líder comunitária, responsável por recomendar mulheres com condições de honrar os compromissos. As operações são simples e rápidas, com pagamentos semanais, adequados à renda das trabalhadoras rurais e pequenas agricultoras familiares. Segundo a empresa, a taxa de inadimplência é próxima de zero.

Durante o encontro, a presidente da Comissão Semeadoras do Agro da Faesp, Juliana Farah, destacou a necessidade de cumprimento das exigências legais brasileiras para a atuação de instituições financeiras estrangeiras, observando que o momento é sensível para o setor. Ainda assim, avaliou que a proposta tem grande potencial para o público feminino paulista, pois amplia o acesso ao crédito, fortalece a autonomia financeira das mulheres e oferece um modelo presencial que dialoga com as dificuldades de conectividade no meio rural. “O contato pessoal com as mulheres do campo que a Finvivir propõe é importante para se conhecer a realidade que elas vivem e seus desafios diários”, disse Juliana.

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