Faesp divulga análise do Plano Safra 2025/26 e alerta para desafios no crédito rural

Real aporte para a agricultura empresarial, desconsiderados os recursos para as CPR’s, é 18,2% menor que o anunciado na safra passada

O Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) elaborou um informe técnico detalhando as condições do Plano Safra 2025/26, anunciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). O documento aponta que o valor de R$ 594,4 bilhões para o crédito rural entre julho de 2025 e junho de 2026, apesar de ter um crescimento nominal de 1,6% frente à safra anterior, teve uma redução real de 2,1% devido à inflação.

Do valor total divulgado pelo MAPA, R$ 78,2 bilhões serão destinados à agricultura familiar e R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial. Uma das mudanças em comparação ao Plano Safra anterior é o aumento do limite de enquadramento do Pronamp de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões de renda bruta anual, enquanto o teto do Pronaf permanece em R$ 500 mil.

O informe destaca, porém, que a elevação nos recursos programados vem do incremento das operações com Cédulas do Produto Rural (CPR’s), que não representam recursos diretos do sistema oficial de crédito. Com isso, o crédito oficial para a agricultura empresarial é 18,2% menor que o anunciado na safra passada.

Outros pontos destacados pelo Departamento Econômico da Faesp são:

  • Alta generalizada de juros de custeio: taxa para médios produtores (Pronamp) subiu de 8% para 10% ao ano; produtores da agricultura de grande porte pagarão 14% ao ano, contra 12% no ciclo anterior.
  • Programas e incentivos à agricultura familiar: R$ 10,88 bilhões para programas como Garantia-Safra, Proagro Mais, Compras Públicas, Assistência Técnica e Extensão Rural e PGPM-Bio; novidades incluem a criação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA) e o Programa Nacional de Transferência de Embriões.
  • Seguro rural fragilizado: ausência de previsão de recursos no Plano Safra para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), agravada pelo bloqueio de R$ 354,6 milhões e contingenciamento de R$ 90,5 milhões, em julho de 2025.
  • Proagro mais restritivo: limite de enquadramento reduzido de R$ 270 mil para R$ 200 mil, por ano agrícola. Além disso, houve alteração na regra de vedação ao enquadramento no programa.
  • Risco na execução: na safra anterior, 78,3% dos recursos programados foram efetivamente utilizados, com destaque para a baixa execução em linhas como Prodecoop (37,2%) e PCA (55,4%).

Segundo a Faesp, o cenário de juros altos e recursos limitados exige atenção redobrada à execução do Plano Safra e reforça a necessidade de articulação política para ampliar a previsibilidade e o aporte ao seguro rural, considerado fundamental para a sustentabilidade da atividade agropecuária frente aos riscos climáticos.

Para conhecer o conteúdo completo do Informe Técnico, clique na imagem abaixo.

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