Em mensagem a Lula, Trump deseja feliz aniversário e fala em ‘ótima reunião’

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou seu homólogo Luiz Inácio Lula da Silva pelo seu 80º aniversário nesta segunda-feira, 27, ao embarcar no Air Force One para deixar a Malásia, onde se encontrou com o petista no domingo. Entre elogios ao brasileiro, ele também disse que a reunião foi “ótima”, mas não deu garantias de que haverá um acordo para cortar ou reduzir a sobretaxa de 40% ao Brasil.

Falando a repórteres, o líder republicano disse que ficou surpreendido com a idade do brasileiro e o chamou de “um cara muito vigoroso”. Durante encontro ontem em Kuala Lumpur, capital da Malásia, Lula havia mencionado seu aniversário e afirmado em tom de brincadeira que o americano poderia “comer um pedacinho de bolo”.

“Tivemos uma ótima reunião, quero desejar um feliz aniversário ao presidente. É aniversário dele hoje, vocês sabiam? Ele é um cara bem vigoroso, na verdade. Fiquei muito impressionado. Hoje é aniversário dele, então feliz aniversário. Contem isso a ele, por favor”, disse Trump.

Apesar de ter declarado que a reunião com o presidente do Brasil foi “muito boa”, não deu certeza de um acerto entre os países.

“Não sei se algo vai acontecer, vamos ver”, disse ele à imprensa, acrescentando que “eles gostariam de fazer um acordo”.

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Reunião bilateral

Lula e Trump se encontraram em Kuala Lumpur no domingo 26, às margens da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Após a reunião, o presidente brasileiro disse “estar convencido” de que haveria um acordo em poucos dias.

“Se depender de Trump e de mim, vai ter acordo”, afirmou Lula, que garantiu não querer “qualquer desavença com os Estados Unidos” e que “não há motivo para qualquer conflito” entre os países.

O americano, por sua vez, falou vagamente na possibilidade de “trabalhar em acordos” com o governo brasileiro, se referindo às tarifas impostas a produtos do país.

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“Em relação às tarifas impostas ao Brasil, acho que tudo é justo. Tenho muito respeito pelo seu presidente, tenho muito respeito pelo Brasil. Vamos trabalhar em acordos”, declarou o líder dos Estados Unidos, que também classificou como uma “grande honra” ter se reunido com Lula. “Acho que eles estão indo muito bem até onde sei. Podemos fazer bons acordos para ambos os países. Acho que nós faremos acordos. Conversamos e acho que teremos um bom relacionamento.”

Em declaração à imprensa depois da conversa com Trump, o petista afirmou que a pauta a ser discutida com os Estados Unidos seria “longa”, mas garantiu estar “otimista”.

“Na hora que dois presidentes sentam em uma mesa e colocam seu ponto de vista, a tendência natural é se chegar a um acordo”, afirmou. “Nós conseguimos fazer uma reunião que parecia impossível do Brasil com os Estados Unidos aqui na Malásia.”

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Relação tensa

A relação entre os países ganhou contornos tensos após os Estados Unidos aplicarem tarifas a produtos brasileiros e sanções a autoridades nacionais em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe. Antes expostas a uma taxa de 10%, mercadorias do Brasil passaram a ser alvo de uma das maiores alíquotas americanas no mundo, de 50%, enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sancionado com a Lei Magnitsky e outros magistrados, além de ministros, perderam o visto americano — resultado de articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com a Casa Branca.

A justificativa de Washington foi que as ações do governo brasileiro eram uma ameaça à segurança nacional, por prejudicavam “empresas americanas e os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”. O governo brasileiro disse que não aceitaria interferência, com o chanceler Mauro Vieira afirmando que a soberania brasileira “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”.

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