Em meio a reforços na fronteira e pressão de Trump, Maduro promove embaixador a general

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, promoveu no último domingo, 24, o embaixador venezuelano na Colômbia, Carlos Eduardo Martínez Mendoza, ao posto de general da “reserva ativa” da Força Armada Nacional Bolivariana. Em vídeo publicado pela emissora estatal VTV nas redes sociais é possível ver parte da cerimônia, na qual Mendoza aparece com uniforme militar, com participação da vice-presidente Delcy Rodríguez, do ministro da Defesa, Vladimir Padrino, e do ministro do Interior, Diosdado Cabello.

Antes de atuar na Colômbia, onde participou como representante do governo venezuelano das negociações de paz com guerrilhas, Mendoza também foi embaixador na Argentina, onde ficou de 2011 a 2018.

A decisão se dá em meio a uma mobilização para reforço da segurança nas fronteiras e a movimentação dos Estados Unidos na região. No domingo, Diosdado Cabello, do Interior, anunciou que Maduro ordenou o envio de 15 mil militares para as divisas do país com a Colômbia

“Pedimos ao governo colombiano, que vem colaborando, que faça o mesmo do lado colombiano para garantir a paz em todo o eixo, expulsando qualquer um que queira se estabelecer e cometer crimes na área da fronteira”, disse durante anúncio.

A movimentação segue o cerco a Maduro promovido pelo presidente americano, Donald Trump, que será ampliado na próxima semana. O destróier USS Lake Erin, capaz de disparar 122 mísseis, e o submarino USS Newport News, com ataque de propulsão nuclear, se somarão às forças americanas na costa venezuelana, já patrulhada por aviões de vigilância. Em paralelo, os navios de guerra USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson atuam na região desde semana passada.

Três contratorpedeiros, do grupo Anfíbio de Prontidão (ARG, na sigla em inglês), também voltaram a navegar rumo à região nesta segunda-feira, 25, depois de terem sido forçados a retornar aos EUA devido ao furacão Erin. As embarcações americanas poderão ser usados para diferentes finalidades, de operações de inteligência vigilante a ataques direcionados contra a terra firme, disse uma autoridade à Reuters sob condição de anonimato.

Eles serão acompanhados pelo avião Poseidon P-8, da Marinha, que tem operado a partir de San Juan, em Porto Rico, e tem conduzido voos circulares nos arredores de Aruba, no norte da Venezuela, para localizar semissubmersíveis, comumente usados pelo narcotráfico para transportar drogas para o México. De lá, os entorpecentes seguem para os EUA. Um Boeing E-3 Sentry também foi localizado na costa venezuelana, sendo empregado para localizar alvos de interesse.

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Tensões em alta

Trata-se de um aumento das tensões na região. No início do mês, o governo dos EUA dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura de Maduro. Em meio à ameaça, o líder chavista reiterou na última segunda-feira, 18, que a Venezuela “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras” contra “a ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”, sem citar os EUA. Ele também mobilizou 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país, apresentando a medida como uma estratégia de segurança.

Um dia mais tarde, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou os Estados Unidos vão usar “toda a força” contra o regime chavista. Estima-se que cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais serão deslocados para o sul do Caribe, com o intuito de combater cartéis de narcotráfico considerados organizações terroristas pelo governo Trump.

A secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, informou, recentemente, que foram apreendidos US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro. O líder do regime chavista não só violou as leis de narcóticos americanas e tomou o poder de forma não democrática na Venezuela, mas também tem ligações com grupos criminosos, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, e é líder do Cartel de los Soles “há mais de uma década”, segundo o governo americano.

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