Neste dia 1 de outubro é comemorado o Dia do Cão Idoso, data que reforça a importância de cuidados específicos para assegurar uma velhice confortável a esses pets.
Conforme o “AAHA Life Stage Guidelines”, da American Animal Hospital Association (AAHA), cães de raças pequenas e médias são considerados idosos a partir dos sete / oito anos de idade, enquanto os de raças grandes e gigantes atingem a senioridade por volta dos cinco / seis anos.
A médica-veterinária mestre em Nutrição pet do Grupo Afrovet, Paloma Santos Santana, comenta que em sua rotina está atendendo cada vez mais animais de estimação com idade avançada. “O mais idoso até hoje foi um poodle de 23 anos”, relembra.
De acordo com a profissional, esse aumento da expectativa de vida se deve ao vínculo homem-animal cada vez mais próximo. Isso leva a procura dos tutores por longevidade e qualidade de vida para os pets de diversas maneiras, como as idas mais frequentes ao veterinário.
“Dessa forma, os cães passam mais por consultas, vacinação e detecção precoce de doenças, ações que aliadas ao avanço da ciência para o desenvolvimento de novas medicações e tecnologias resultam em um tratamento mais eficaz”, pontua.
Mais um motivo citado por Paloma para a maior longevidade dos pets são as mudanças na alimentação. Segundo ela, antigamente a maioria dos animais só comia restos de comida ou rações de baixa qualidade, pois as pessoas não achavam importante investir nesse aspecto.
“Porém, hoje, os tutores sabem o quanto a nutrição é promotora da saúde e se preocupam cada vez mais com a composição dos alimentos comerciais ou o balanceamento da dieta caseira”, explica.
A rotina dos cães idosos muda nessa fase da vida, mas os passeios ainda são importantes (Foto: Reprodução)
Cães idosos requerem atenção e cuidados especiais
Conforme os cães vão envelhecendo é preciso realizar mudanças na rotina de cuidados, prevenção de doenças e monitoramento constante. Isso é o que explica o médico-veterinário pós-graduado em Geriatria veterinária, membro fundador e atual diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria Veterinária (SBGV), Enore Augusto Massoni.
Como nessa fase os pets costumam ter algumas alterações físicas, é importante adaptar os ambientes.
“A adaptação ambiental tem como intuito facilitar a mobilidade, prevenir quedas e realizar a manutenção do conforto térmico. Para isso, almofadas ortopédicas, rampas e pisos antiderrapantes são recomendados”, cita Massoni.
Além disso, diferente do que muitos pensam, é essencial manter uma rotina de atividades físicas conforme a capacidade do cão. Dentre os exercícios mais indicados pelo médico-veterinário estão caminhadas curtas e frequentes, fisioterapia e hidroterapia.
Mudanças alimentares
Outra alteração que deve ser feita para garantir a saúde do cão idoso está relacionada a alimentação. O profissional informa que é indicado trocar o alimento para animais adultos para os específicos para cães sênior.
“Essas rações contêm menos calorias, mais fibras, que contribuem para a saúde intestinal, e nutrientes essenciais para articulações e função cognitiva. Sua textura é adaptada para facilitar a mastigação e os grãos menores são mais fáceis de serem triturados”, esclarece.
Os suplementos também podem auxiliar e os mais recomendados por Massoni são os que possuem condroprotetores, ácidos graxos essenciais e antioxidantes.
Os alimentos para cães idosos possuem características nutricionais adaptadas aos pets sênior (Foto: Reprodução)
Rotina de visitas ao veterinário
Diferente dos cães adultos, que podem realizar check-ups anuais, quando se fala dos idosos essa periodicidade diminui. “Para eles, as consultas variam de semestrais, trimestrais ou até mensais, dependendo da necessidade”, afirma o especialista.
Deste modo, Enore comenta que o ideal é que os atendimentos veterinários sejam feitos, no mínimo, a cada seis meses. No entanto, se houverem condições preexistentes o acompanhamento pode ser ainda mais frequente.
Mais um aspecto destacado é que toda atenção é importante. Logo, caso se note qualquer alteração no cão idoso é essencial buscar por ajuda profissional.
“Perda de peso, mudanças no apetite, sede excessiva, dificuldade de locomoção, incontinência, desorientação e mudanças comportamentais indicam a necessidade de avaliação veterinária. Por mais que pets idosos sejam mais cansados, rabugentos e preguiçosos, esses sinais não devem ser considerados normais do envelhecimento e requerem atenção”, conclui Massoni.
FAQ sobre o Dia do Cão Idoso
Quando surgiu essa data?
Não existem registros que indicam quando foi instituído o Dia do Cão Idoso, apenas se sabe que a data escolhida para essa celebração é 1 de outubro.
A partir de qual idade um cão é considerado idoso?
O início da fase sênior nos cães depende do porte do animal. Cachorros de raças pequenas e médias são considerados idosos entre seis e sete anos de idade. Por outro lado, os de raças grandes e gigantes se tornam sênior entre cinco / seis anos.
É preciso mudar a alimentação de pets idosos?
Sim, o ideal é que os cães idosos passem a se alimentar com ração específica para essa fase da vida.
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