Moradores da região da Tijuca, no Rio de Janeiro, ficaram em pânico durante a noite de sexta-feira, 24. Rajadas de metralhadoras e estampidos de tiros transformaram a Zona Norte em campo de batalha. Houve quem postasse nas redes sociais: “Tijuca nível Faixa de Gaza…Nunca ouvi tanto tiro junto ”.
O tiroteio, segundo moradores, começou às dez da noite e durou horas. O confronto começou quando pelo menos 40 integrantes do Comando Vermelho (CV), facção que controla o Morro do Borel, avançou para invadir a comunidade da Casa Branca, que responde ao Terceiro Comando Puro (TCP). Barricadas de pneus foram incendiadas e o clarão das chamas e a fumaça preta foram vistos de longe. Há relatos de que tiros chegaram a atingir residências nos arredores.
O ataque foi uma espécie de revanche de uma ação anterior. No início do mês, na rua da entrada para a comunidade do Morro do Borel, quatro homens, em duas motos — apontados como membros do TCP— desceram por uma escadaria armados e dispararam várias vezes em frente a uma borracharia, alvejando três pessoas – duas morreram. Uma delas foi confundida com o traficante apelidado de “Matue”, do Comando Vermelho, que era o real alvo da ação, mas não estava no local.
O episódio desta sexta é mais um entre tantos que têm apavorado os cariocas. Nem os templos religiosos passam ilesos da ação dos bandidos. A Paróquia de São José e Nossa Senhora das Dores, no Andaraí, foram fechadas depois dos padres serem ameaçados. Os traficantes queriam mil reais para garantir a segurança. A extorsão se estende ao comércio da região que nessa área está sob o controle do CV. A insegurança no Rio fez com que algumas páginas fossem criadas no Instagram para ajudar os cariocas evitarem áreas de confrontos. Somente uma delas, chamada Onde tem tiroteio, conta com quase 250 mil seguidores.
