Comissão analisa metodologia de estimativa de safra do Fundecitrus

Há tempos as projeções vêm levantando dúvidas quanto à veracidade das informações que ajudam a balizar os preços de mercado

Um momento para conhecer a metodologia do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecritrus) para as estimativas de safra e tirar dúvidas sobre alguns pontos que ainda geram desconfiança ao produtor. Esse foi o resumo da reunião da Comissão Técnica de Citricultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), que analisou as informações disponibilizadas pelos técnicos da empresa e pontuaram algumas questões que acabam impactando no preço de venda da laranja, por exemplo, para as fábricas de sucos.

Guilherme Rodrigues e Roselí Rocha fizeram uma exposição sobre o trabalho que é desenvolvido pelo Fundecitrus, apontando o acompanhamento permanente da produção e os quatro momentos do estudo, que começa com um levantamento da área plantada, o número de árvores e a expectativa de frutas. Ao longo do ano eles apuram as quedas de frutas, em especial por conta de doenças como o greening, e chegam a um volume real da safra.

“Estudamos os dados apresentados e entendemos que ainda há informações a serem esclarecidas, as quais encaminharemos ao Fundecitrus. A data da primeira divulgação da estimativa, por exemplo, que é feita em maio e antecede em muito a produção em si, impacta de forma desnecessária o mercado de laranja”, explicou José Alonso, coordenador da Comissão.

Uma face positiva do levantamento foi apontada pelo presidente do Sindicato Rural de Mogi Mirim, Carlos Pereira. A metodologia da Fundecitrus mostra a importância da irrigação na citricultura, com Minas Gerais utilizando a técnica em cerca de 90% de sua produção. “Temos de mostrar esse diferencial em relação à cultura paulista e estimular a prática em nosso estado”, disse Pereira.

A secretária executiva da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), Ligia Martucci, atendeu a um convite da Faesp e participou da reunião, expondo as demandas do setor e apresentando o trabalho desenvolvido pela Associação. O diretor secretário Marcio Vassoler lembrou que a Federação é a casa de todos os produtores e está sempre pronta a ouvir e buscar soluções para as demandas das mais diversas cadeias produtivas.

“Defender e trabalhar para que os produtores rurais tenham condição de manter-se no campo é a missão da Faesp. E, por meio das nossas comissões, estamos sempre ouvindo as demandas de todas as entidades representativas das cadeias produtivas, a fim de identificar gargalos e construir soluções”, afirmou Vassoler, que ressaltou a importância dos cursos do Senar-SP na preparação do homem do campo, sempre adaptados à nova realidade do meio rural. 

O presidente da Faesp, Tirso Meirelles, ressaltou a importância do trabalho das comissões técnicas na defesa dos interesses do setor produtivo. “Por estarem na ponta, conhecendo os desafios da produção, eles são os mais abalizados para avaliar programas e sugerir alterações que irão valorizar o homem do campo. Tenho certeza de que as ponderações tornarão o processo muito mais rentável para aqueles que têm na lavoura a sua fonte de vida”. Participaram da reunião, ainda, os presidentes dos sindicatos de Monte Azul Paulista, Ludio Vidotti; Fernando de Mattos, de Bebedouro; e Ezequiel Castilho, de Santa Cruz do Rio Pardo; além dos advogados Luiz Carlos Aceti Junior e Lucas Aceti; Jarbas Mendes, do Senar-SP; e o coordenador do Departamento Técnico e Econômico, Cláudio Brisolara, e os técnicos Larissa Pereira do Amaral e Paulo Henrique Nascimento.

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