Outubro é um mês importante para muitos fiéis, que realizam romarias em direção ao Santuário Nacional de Aparecida, localizado na cidade de Aparecida, interior de São Paulo.
Contudo, dessa vez, a data ganhou um novo significado para os romeiros que saíram de Guarulhos, na Grande São Paulo, no dia 6 de outubro. O grupo percorreu cerca de 150 km pela Rodovia Presidente Dutra.
Entre os romeiros, estavam Juscy Rocha, administradora da página Romaria Amigos de Maria no Instagram, e César Franco, policial civil que participou da caminhada pela primeira vez.
Durante o longo percurso, uma histpória chamou atenção: a aparição (e o sumiço) de um cachorrinho “fiapo de manga”, que os acompanhou durante a jornada e acabou sendo adotado por César.
Como tudo começou
Toda essa trama teve início na segunda-feira passada, 6 de outubro, quando os romeiros saíram de um posto de combustíveis no km 211 da rodovia.
Pouco tempo depois, o cachorro, ainda sem nome, surgiu no meio da estrada e passou a seguir as pessoas que faziam a peregrinação, em especial o policial, que se apaixonou pelo bichinho.
O trecho inicial da caminhada terminou no km 186, num acesso à cidade de Santa Isabel. Segundo Juscy, que faz a romaria há quatro anos, César cuidou do animal ao longo do dia.
“No último ponto de apoio, ele deixou o cachorro no local, deu comida, água e o deixou lá descansando, e o grupo foi pro hotel de ônibus”.
No segundo dia, os romeiros seguiram de Santa Isabel até o km 159, em Jacareí. Durante o caminho, o cãozinho reapareceu, agora acompanhado de outro cachorro.
“Eles seguiram até o próximo ponto de apoio, onde pararam para comer e descansar. César foi tirar um cochilo, o cachorro deitou ao lado dele e também dormiu”, relatou Juscy.
Mas o descanso terminou com o desencontro dos dois. “O cachorro viu duas senhoras passando pela romaria e decidiu segui-las. Quando o César acordou, já não encontrou mais o companheiro”.

O desencontro
A perda do cãozinho deixou César abalado e com sentimento de culpa, mas o policial afirmou que mantinha a fé e a esperança de reencontrá-lo nos dias seguintes.
Então, o grupo seguiu viagem: passou por Caçapava no dia 8, Pindamonhangaba no dia 9 e chegou em Aparecida no dia 10.
“Me senti culpado, fiquei triste quando o perdi de vista. Devia ter improvisado uma coleira. Fiquei me sentindo culpado, mas não perdi a fé. Continuei rezando, entregando o destino pra Nossa Senhora, pra São Francisco de Assis, pedi intercessão deles, que Deus fizesse o milagre de eu encontrá-lo novamente. Sabia que seria difícil, porque estava na rodovia e seria praticamente impossível encontrá-lo, mas não perdi a fé, continuei orando, orando sem cessar. Acho que foi o maior aprendizado: manter firme na oração mesmo quando você se sente com desesperança”, contou César.
Foi então que o esperado reencontro aconteceu no último dia, já em Aparecida, na esplanada da Basílica. O romeiro estava indo comer quando avistou o amigo brincando com outro cão.
“Ele já estava aqui me esperando. Se contar, as pessoas não acreditam. Saiu de Guarulhos e fez a romaria com a gente”.
Juscy acompanhou e registrou em vídeo a cena. O cachorro não parava de dar “lambeijos” em César. “Amigo, você vai ter que levar… É seu”, disse ela ao policial.
Aparecido de Assis
Depois de tantos quilômetros percorridos, o cachorro ganhou um nome: Aparecido de Assis, em referência a Nossa Senhora Aparecida e a São Francisco de Assis, padroeiro dos animais.
“O Aparecido, na verdade, é como um anjo. Tem diversos vídeos de pessoas no Instagram relatando que também foram acompanhadas por ele. Quando eu o perdi, duas mulheres passaram por mim e ele decidiu acompanhá-las. Depois recebi o relato de uma delas. Disseram que me viram no acostamento com ele e, quando as duas passaram por mim, ele as seguiu. Elas me relataram que estavam cansadas e ele ajudou, deu apoio psicológico e espiritual para passarem por um trecho da rodovia em que estavam sozinhas. Então ele fez o papel dele, ele estava ajudando diversas pessoas até ao santuário”, afirmou.
Depois de tanto perrengue, Aparecido agora tem um lar e um humano para chamar de seu. Ao lado de César, já ganhou banho, comida, sombra, água fresca e tudo de bom que um doguinho merece.
Fonte: G1, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre o cão adotado na Romaria de Aparecida
Quantos quilômetros o animal percorreu até chegar ao Santuário Nacional de Aparecida?
O animalzinho chegou a percorrer uma distância aproximada de 150 km e foi acompanhando diferentes romeiros ao longo do percurso.
Por que o cão recebeu o nome de Aparecido de Assis?
O nome é uma referência a Nossa Senhora Aparecida e a São Francisco de Assis, padroeiro dos animais.
Onde o policial e o cachorro se reencontraram?
César e Aparecido de Assis se reencontraram no último dia da romaria, já em Aparecida, na esplanada da Basílica. O policial estava indo comer quando avistou o animal brincando com outro cão.
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