Os cães e gatos ainda podem ser a maioria nos lares brasileiros, mas muitos tutores estão buscando por pets não convencionais para serem seus companheiros. Isso é o que mostram os dados da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), de São Paulo, que apontam para um crescimento de 158% na procura por esses animais.
Segundo a secretaria, de janeiro a setembro deste ano os dois criadouros legais localizados no Grande ABC comercializaram 331 pets exóticos, enquanto no mesmo período de 2024 foram 128. Ao todo, entre 2015 e 2025 foram vendidos 2.581 animais.
Um dos dois criadouros da região está localizado em Santo André e é especializado em psitacídeos exóticos, como araras e papagaios. O outro fica em São Bernardo e trabalha com passeriformes nativos, como canários e pardais.
Mesmo existindo um maior interesse, a Semil reforça que a compra desses pets apenas deve ocorrer em estabelecimentos autorizados, garantindo origem legal, bem-estar e conservação das espécies.

A vida com pets exóticos
O biólogo Henrique Cotes (32), morador de Santo André, compartilha a casa com sete animais não convencionais. Entre eles, jiboias amazônicas, uma cobra de leite, um dragão-barbudo (lagarto), uma lagartixa-leopardo, um loris dusky (espécie de papagaio da família Psittaculidae) e um corujão-orelhudo.
Cotes explica que o interesse pelos animais começou ainda na infância, mas ganhou força em 2013, quando teve contato com o primeiro bicho exótico.
“Cada espécie exige um cuidado diferente. A maioria não é brasileira, então o terrário precisa reproduzir o habitat natural ao máximo, com controle de umidade, aquecimento e iluminação adequados”, detalha.
O biólogo garante que todos os animais são legalizados, comprados de criadouros registrados e acompanhados de nota fiscal, certificado de origem e microchip de identificação e reforça que a criação exige preparo e conhecimento.
“Antes de ter um animal desses é importante fazer um curso de manejo para entender as necessidades da espécie. Um erro de temperatura ou alimentação pode causar doenças graves”, alerta.
Os custos também pesam. Segundo Henrique, o investimento inicial, que inclui o terrário e equipamentos, pode ultrapassar R$ 5.000, dependendo da espécie. Hoje, o custo dos animais pode variar de R$ 1.000 a R$ 40 mil, além de despesas mensais de R$ 250 a R$ 300 por animal.
A rotina de cuidados inclui acompanhamento veterinário semestral, exames e atenção constante às condições do ambiente.
“Esses animais vivem muitos anos, alguns passam dos 25. É um compromisso longo, que precisa de responsabilidade e preparo”, completa o biólogo.
O médico-veterinário especializado em animais silvestres, Celso Gatti, recomenda que, antes de adquirir um animal exótico, a pessoa consulte um profissional especializado para se informar sobre o manejo adequado e verificar se a espécie se adapta à sua rotina.
A posse de animais exóticos não legalizados pode resultar na apreensão da espécie pelos órgãos responsáveis e gerar uma multa que varia de R$ 500 a R$ 5.000, dependendo da quantidade de animais em cativeiro.
Fonte: Diário do Grande ABC, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre a busca por pets não convencionais em SP
Quantos pets não convencionais foram vendidos este ano na grande São Paulo?
Entre janeiro e setembro de 2025 foi registrada a venda de 331 pets exóticos na região.
Por que apenas deve-se comprar esses animais em criadouros legalizados?
Os estabelecimentos autorizados garantem a origem legal, bem-estar e conservação das espécies de pets não convencionais.
O que considerar antes de adquirir um pet não convencional?
Antes da compra é importante consultar um médico-veterinário especializado para se informar sobre o manejo adequado e verificar se a espécie se adapta à sua rotina.
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