Bolsonaro fez palestra em evento de Charlie Kirk nos EUA após perder eleição

O ex-presidente Jair Bolsonaro participou, em fevereiro de 2023, de um evento organizado por Charlie Kirk, ativista conservador americano assassinado na quarta-feira 10, após levar um tiro durante uma palestra na Universidade do Vale de Utah, em Orem, nos Estados Unidos. Kirk, de 31 anos, era fundador da organização Turning Point USA e uma das principais vozes da direita jovem americana.

Durante o evento “Power to the People” (“Poder ao Povo”, em tradução livre), em Miami, Bolsonaro foi apresentado por Kirk como um “lutador contra o marxismo”. Na ocasião, o ex-presidente brasileiro discursou sobre sua trajetória política, defendeu as pautas conservadoras de seu governo e respondeu a perguntas sobre o risco do Brasil “virar uma Venezuela” sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No dia seguinte, Kirk publicou uma entrevista com Bolsonaro em seu podcast, The Charlie Kirk Show, onde os dois discutiram porte de armas, os atentados de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Toda ditadura é precedida de uma campanha de desarmamento”, afirmou Bolsonaro. “Um povo armado jamais será escravizado”, completou o ex-presidente.

Apoio a Bolsonaro

Durante o período em que Bolsonaro esteve na Flórida após perder a eleição de 2022, Kirk se destacou como um de seus principais pontos de contato nos Estados Unidos. Em março deste ano, o ativista fez um apelo público ao presidente Donald Trump para que ele aplicasse tarifas e sanções contra o Brasil, em reação ao julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe no STF.

“No Brasil, existe um evento chocante e horrível acontecendo. Se a Rússia fizesse isso, nós a sancionaríamos. Se o Brasil faz isso, por que estamos tolerando?”, afirmou Kirk. Quatro meses depois, o governo americano anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sancionou o ministro Alexandre de Moraes sob a Lei Magnitsky.

Morte de Kirk

Charlie Kirk foi baleado durante um debate na Universidade do Vale de Utah, diante de mais de 1.000 espectadores, enquanto respondia a perguntas justamente sobre a violência por armas de fogo os Estados Unidos. Segundo a instituição, ele foi atingido cerca de 20 minutos após iniciar seu discurso no evento da Turning Point USA, organização cofundada por ele que defende políticas conservadoras em escolas e universidades.

O ativista foi retirado às pressas do local por sua equipe de segurança e levado a um hospital, mas morreu em poucos minutos. A porta-voz da universidade, Ellen Treanor, afirmou que o atirador estava no Losee Center, um prédio a cerca de 180 metros de distância de onde estava seu alvo. Duas pessoas foram presas no local do ataque a tiros, mas nenhum em conexão com o crime. O FBI divulgou imagens do suposto assassino, ainda foragido, e ofereceu uma recompensa de até US$ 100 mil por informações que levem à sua captura e prisão.

Repercussão no Brasil

A morte de Kirk repercutiu entre políticos conservadores brasileiros. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) disse estar “chocado” e lembrou do trabalho do ativista. “Charlie Kirk, jovem de bom coração, criativo e empreendedor, que dedicou sua vida a mobilizar a juventude conservadora nos EUA, nos deixou de forma trágica”, escreveu no X.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também se manifestou: “Recebo com profunda tristeza a notícia da morte de Charlie Kirk, vítima de um atentado covarde, fruto da intolerância contra valores como o amor a Deus, à família e à liberdade.”

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