A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou pedido para realização de procedimentos de retirada de lesões de pele no próximo dia 14, após o fim do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado. As intervenções serão ambulatoriais e com previsão de alta no mesmo dia. A solicitação, que data desta segunda-feira, 8, precisa ser feita porque o ex-mandatário cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto.
O documento, assinado pelos advogados de Bolsonaro, é direcionado ao ministro Alexandre de Moraes e apresenta um relatório médico com detalhamento sobre as intervenções a serem realizadas.
O pedido médico, com data do último sábado, 6, informa que os procedimentos serão realizados no Hospital DF Star, localizado em Brasília, para retirada de “nevo melanocítico do tronco”, um tipo de pinta benigna, e “múltiplas lesões” de “neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido da pele”. Para essa segunda manifestação, apenas exames específicos, como uma biópsia, são capazes de determinar se as lesões são benignas ou malignas.
Se for liberado, será a segunda vez que Bolsonaro é autorizado a sair da prisão domiciliar, em um condomínio fechado do Lago Sul, em Brasília, para realização de procedimentos médicos. Na primeira, em 16 de agosto, foi submetido a exames também no Hospital DF Star e foi diagnosticado com esofagite e gastrite, além de imagem residual de infecções pulmonares recentes.
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Lesões de pele
Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-RESP), Jade Cury explica que lesões, mesmo que benignas, ou seja, que não são cancerígenas, podem ser retiradas quando causam desconforto ou para investigação mais aprofundada.
“Por exemplo, um cisto nas costas que está aumentando de volume ou tendo episódios de inflamação local, pode ser indicada a retirada. E existem lesões que aparentemente podem ser benignas, mas que devem ser retiradas ou biopsiadas para fazer o diagnóstico diferencial com algum câncer de pele com alguma lesão maligna.”
Jade explica que os nevos melanocíticos –as pintas marrons que surgem na pele — nem sempre precisam ser retirados, no entanto, quando eles apresentam mudanças ou têm padrões irregulares, exames podem ser realizados para confirmação de que não se tratam de melanoma, um tipo agressivo de câncer de pele.
Segundo a dermatologista, esses procedimentos dependem do tamanho e do local da lesão. Caso sejam pequenas, é aplicada anestesia local e a retirada é realizada. “Complicações são, em geral, pouco frequentes e leves, como hematomas, infecção do local, abrir os pontos a depender do tamanho da região biopsiada.”