O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse neste sábado, 25, considerar “benéfico” para o Brasil ter os Estados Unidos, em vez da China, como seu principal parceiro comercial. A declaração acontece um dia antes do esperado encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia.
“Achamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro de escolha e comércio, em vez da China’, disse o secretário a jornalistas. Segundo a Reuters, o americano ainda acrescentou que Trump vai buscar maneiras de resolver questões bilaterais com o Brasil.
A China representa o principal parceiro comercial do país – no acumulado deste ano, quase um terço de todas as exportações brasileiras tiveram o país asiático como destino. Na esteira do tarifaço dos Estados Unidos, o Brasil fechou o mês de agosto, por exemplo, com aumento nas exportações para outros parceiros comerciais: no caso da China as vendas de produtos brasileiros tiveram alta de quase 30%.
Enquanto isso, China e Estados Unidos passam por uma guerra comercial e tarifária. Neste sábado, Trump defendeu que sejam feitas concessões mútuas. “Claro que eles [chineses] terão que fazer concessões. Acho que nós também faremos. Estamos com uma tarifa de 157% para eles. Não acho que isso seja sustentável para eles. Eles querem reduzir isso, e nós queremos certas coisas deles”, disse o líder americano.
Negociações Brasil-EUA
O secretário Marco Rubio foi alçado por Trump como o principal negociador com o governo brasileiro sobre o tarifaço. A nova missão ao secretário foi dada após uma conversa por telefone entre Lula e o presidente americano no início do mês. O Secretário de Estado integra a comitiva que participará da reunião da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) neste domingo.
No último dia 16, Rubio e o chanceler Mauro Vieira tiveram uma reunião na Casa Branca e, após o encontro, emitiram uma nota conjunta na qual foi destacaram que mantiveram “conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento”.
É esperado que um próximo passo seja dado no encontro entre os presidentes Lula e Trump durante a cúpula dos países asiáticos. Antes de embarcar rumo à Ásia, Trump foi questionado se estaria disposto a negociar as tarifas sobre o Brasil e, numa sinalização positiva, respondeu que “nas circunstâncias certas, claro”.
Também neste sábado, Lula disse estar disposto para que uma solução seja encontrada. “Eu trabalho com otimismo para que a gente possa encontrar uma solução. Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e vamos tentar encontrar uma solução. Então pode ficar certo que vai ter uma solução”, disse o presidente brasileiro.













