O impacto dos indicadores econômicos na sua empresa!
Seja como consumidor ou empresa, fazemos parte de um ambiente econômico. Compomos os ambientes macro e microeconômicos e, portanto, somos diretamente influenciados não apenas pelas características, mas também pelas condições de cada um desses ambientes.
Dessa forma, gerenciar uma empresa requer que o cenário econômico seja conhecido e entendido para que as estratégias sejam pautadas e desenvolvidas.
Mas o que eu preciso saber para entender o cenário em que estou inserido? Vamos aos principais:
PIB – Amplamente conhecido, é a soma da produção total de bens e serviços realizados em território nacional. Entender e acompanhar sua composição pode ajudar a entender o ritmo de determinado setor da economia e também o ritmo da economia como um todo. É composto pela soma da produção agropecuária, da indústria e do setor de serviços.
Índices de inflação – É fácil observar que determinados produtos e serviços sofrem reajustes superiores aos índices de inflação costumeiramente utilizados e anunciados, o que pode gerar o sentimento de que esses indicadores não refletem a realidade. No entanto, eles interferem diretamente na atividade empresarial. Por exemplo, sua empresa está crescendo quanto acima da inflação? Para entender melhor, vale ressaltar a mecânica de alguns deles, como os mais conhecidos e utilizados, IPCA e IGPM.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é calculado mensalmente pelo IBGE e mede a variação de preços de uma “cesta de produtos e serviços” mensalmente, com a ideia de sinalizar a variação de preços mês a mês. Uma outra observação é que o IPCA compõe ou pode compor a taxa de correção de muitos contratos que você pode contratar, portanto, vale a pena acompanhá-lo. Além disso, pode interferir no preço do seu produto e, consequentemente, na sua margem.
O IGPM também sinaliza a variação de preços e é apurado pela Fundação Getúlio Vargas. Ele não apenas mede a variação de preços de diferentes atividades, mas também de diferentes etapas do processo produtivo, sendo considerado um indicador do nível de atividade econômica do país.
Taxa de câmbio – Estabelece a correlação entre moedas diferentes, em nosso caso real x dólar. Por definir o valor de uma moeda em relação à outra, é de grande importância, já que interfere diretamente em atividades envolvidas na importação ou exportação. Tanto a alta quanto a baixa do dólar podem produzir efeitos positivos ou negativos para determinada atividade, como importação x exportação, portanto, pagamentos e recebimentos em dólar, por exemplo.
SELIC – Abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. A famosa taxa SELIC, cuja divulgação é sempre muito aguardada e, portanto, cheia de especulações e previsões, está intimamente ligada ao custo do dinheiro. Interfere em todas as atividades que dependem de crédito, já que um custo alto pelo dinheiro pode frear ou inibir investimentos. Sua principal função é controlar a inflação, por isso sua definição deve ser técnica e embasada em análises internas, externas e sinalizações de gastos do governo. Na prática, ela pode incentivar ou desestimular determinado segmento ou ramo de atividade que tenha o custo do dinheiro como aspecto relevante. E no seu negócio, existe interferência e correlação da SELIC com sua atividade?
Taxa de desemprego – O IBGE considera desempregado aquele que possui idade para trabalhar e que não está trabalhando, mas que tenha procurado emprego nos últimos dias. Sua apuração considera o cálculo do número de pessoas desempregadas, calculado pela PNAD contínua (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua) sobre a força de trabalho total, multiplicado por 100.
Esse indicador pode indicar sinalizações diversas e que podem impactar sua atividade, tais como: mercado de trabalho com maior rotatividade quando apresenta índices de desemprego baixos (na prática, um turnover maior, o que gera inclusive maiores despesas em uma empresa), pode sinalizar problemas econômicos quando se tem uma taxa mais elevada, entre outros aspectos inclusive mais particulares de acordo com a atividade.
Existem muitos outros indicadores econômicos e de mercado que podem ser mais especificamente utilizados ou ter maior nível de interferência em determinadas atividades. Esses índices podem ser estabelecidos e apurados por associações de classes empresariais, órgãos regulatórios, pelo próprio governo ou instituições de ensino e pesquisa, que desenvolvem índices para melhor pautar determinada atividade.
No varejo, podemos citar outros indicadores e índices característicos, como:
Índice de Consumo das Famílias (ICF), que pode sinalizar a capacidade de consumo atual e de curto prazo. Pode ser visto como um indicador que antecede o consumo.
Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), que avalia as condições atuais, as expectativas de curto prazo e sinalizações de investimentos do comércio.
Como ter acesso a indicadores e índices econômicos? Procurar por associações de classes empresariais pode permitir acesso a indicadores customizados. Um exemplo é a APAS, Associação Paulista de Supermercados, que fornece indicadores específicos do setor supermercadista para empresas deste segmento em específico.
O portal do CNC traz alguns indicadores como ICEC e ICF apresentados nesse artigo e podem auxiliar a entender o cenário em que está inserido.
O Portal do IBGE é uma grande e potencial fonte de acesso a indicadores.
Também temos o site do Banco Central com conteúdo relevante e acesso a diversos indicadores. Você ainda pode se cadastrar para receber o relatório FOCUS em seu e-mail.
Analise sua atividade, entenda quais indicadores podem influenciar seus negócios e suas atividades, e compreenda melhor seu contexto para definir estratégias cada vez mais competitivas e completas.
Em anexo: Relatório FOCUS de 05/07/2024