Projeto de Palmeira d´Oeste quer evitar o descarte de frutas e garantir suco de qualidade para alunos da rede escolar
Onde muitos apontaram desperdício, o Programa Novo Olhar, do Senar-SP, viu oportunidade de crescimento para os produtores da Cooperativa Agropecuária de Palmeira d´Oeste e ainda a possibilidade de levarem suco de qualidade para os alunos da rede escolar. Produtores de uva da região, que já comercializavam as frutas para estados como Santa Catarina e Rondônia, acabavam descartando cerca de 2.000 kg por dia, por não atenderem aos critérios de qualidade, principalmente em relação à doçura.
Por meio do Novo Olhar, eles compreenderam que as uvas que iam para o lixo poderiam ser aproveitadas num outro contexto e levaram o projeto de criação de uma agroindústria de suco natural até a usina hidrelétrica de Ilha Solteira, que decidiu apoiar a ideia. O primeiro passo foi desenvolver o projeto, em parceria com o Sindicato Rural, para mostrar a importância econômica e social da proposta.
“Foi uma grande união de esforços. Por conta do curso do Senar-SP, procurei a Embrapa para aprender a fazer o suco de uva. A usina nos deu uma consultoria e recursos para marketing, enquanto o Sebrae tem sido parceiro na visão empresarial do projeto, nos incluindo na Cadeia Produtiva Local (CPL) da uva. E, na adaptação do local que temos, a Prefeitura tem ajudado com os técnicos”, explicou Elenita Bocalon Pires, presidente da cooperativa.
A instrutora Elizabete Baleiro está confiante no sucesso do trabalho dos cooperativados e tem grande expectativa para a montagem da fábrica, cujo valor fica em torno de R$ 500 mil. Caso não consigam os recursos, há a perspectiva de fazer uma mini agroindústria por R$ 25 mil, mais acessível. “Talvez eles não consigam viabilizar o projeto esse ano, porque acabaram colocando apenas uma engenheira de alimentos, quando na verdade irão precisar de três. Mas, caso não consigam agora, iremos apresentar o projeto novamente”, frisou.
Elenita começou a trabalhar com uva em 1992, quando o pai decidiu investir na fruta. Em 2019 ela, junto com outros produtores, decidiu criar a cooperativa, sendo o próximo passo aprender com o Sebrae o passo a passo da empresa. “Somos produtores, não tínhamos conhecimento da burocracia”, afirmou. Hoje, além do sucesso na comercialização, muitas mulheres de produtores, que trabalham nas parreiras, estão entrando na área de eventos, reforçando a qualidade do trabalho dos cooperativados.
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