Uma semana depois da operação mais letal da história do Brasil, os Estados Unidos enviaram uma carta à gestão do governador Cláudio Castro (PL) lamentando a morte dos quatro policiais nos Complexos da Penha e do Alemão e se colocando à disposição “para qualquer apoio que se faça necessário”. A correspondência foi encaminhada nesta quarta-feira, 4, pela DEA, a agência federal americana de combate às drogas.
“Neste momento de luto, reiteramos nosso respeito e admiração pelo trabalho incansável das forças de segurança do Estado e colocamo-nos à disposição para qualquer apoio que se faça necessário”, diz um trecho do documento, assinado pelo chefe da DEA, James Sparks, e enviado ao secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos.
Sparks expressou condolências pelos agentes que “caíram no cumprimento do dever” e reconhece “o valor e a honra desses profissionais que deram suas vidas em defesa da segurança pública”. Esse não é o primeiro contato entre a Casa Branca e o Palácio Guanabara: a gestão Castro enviou anteriormente um documento pedindo sanções de Washington à facção criminosa Comando Vermelho.

Deflagrada no dia 28 de outubro, a Operação Contenção deixou um saldo de 121 mortos, sendo quatro policiais e 117 suspeitos, segundo as autoridades. Outras 13 pessoas ficaram feridas. A ação buscava prender lideranças do Comando Vermelho que utilizavam os Complexos da Penha e do Alemão como quartel-general, incluindo um dos principais nomes da facção nas ruas, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca. Ele segue foragido.
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No total, 99 pessoas foram detidas pela operação, incluindo dez adolescentes. As autoridades também apreenderam 120 armas, incluindo 93 fuzis, além de explosivos, munições e outros equipamentos militares utilizados pela facção — boa parte oriunda de países como Venezuela, Rússia e Argentina. De acordo com a Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos, o material é avaliado em R$ 12 milhões.













