Os EUA divulgam nesta quarta-feira o relatório ADP, que mostra a criação de vagas de trabalho no setor privado. Com o shutdown que já dura 35 dias, esse é o único indicador das condições de emprego nos Estados Unidos.
O ADP é um substituto imperfeito para o payroll, o dado oficial de emprego americano. Mas, nesse momento, torna-se crucial. A economia americana já vinha desacelerando, com sinais de que o mercado de trabalho estava perdendo força. E, tudo mais constante, esse seria um argumento forte para o Fed continuar seu ciclo de corte de juros. Na semana passada, o BC americano de fato reduziu a taxa do país, mas disse que um novo corte não está garantido para dezembro.
Para além do mercado de trabalho, os EUA começam a lidar com outras consequências do apagão financeiro, causado pela falta de acordo no Congresso sobre o Orçamento do atual ano fiscal, que começou em 1º outubro. Entre elas estão caos nos aeroportos e corte de benefícios sociais, como apoio para famílias pobres comprarem comida.
Não só a falta de dados, mas o corte de despesas deve ter impacto sobre a economia americana. E isso em um momento em que investidores começam a questionar o fenômeno da inteligência artificial. Nesta quarta, os futuros das bolsas americanas ampliam as perdas da véspera.
Após renovar sua máxima histórica, fechando pela segunda vez acima de 150 mil pontos, a bolsa brasileira tentará escapar do efeito-contágio americano. Nesta quarta, o foco é a expectativa pelo Copom. Como mostra esta reportagem de VEJA, a decisão de manter a Selic em 15% é o cenário-base de analistas. O que eles querem saber é se o time do Banco Central já vislumbra algum espaço para corte de juros na próxima reunião, ou se o assunto fica para 2026.
Por aqui, os dados do mercado de trabalho seguem sólidos, com o desemprego na mínima histórica. Mas a atividade econômica dá sinais de que está perdendo dinamismo
