A resposta da presidente do STM, após ser criticada por pedir perdão por mortes da ditadura

Na sexta-feira passada, o Radar mostrou que a presidente do STM, ministra Maria Elizabeth, havia entrado na mira de um dos colegas dela na Corte por ter pedido perdão pelas mortes da ditadura, durante um evento em São Paulo.

O tenente-brigadeiro do ar Carlos Augusto Amaral Oliveira não gostou da fala e usou uma sessão da Corte para registrar sua contrariedade. Amaral recomendou que Maria Elizabeth estudasse “um pouco mais de história do tribunal para opinar sobre a situação no período histórico a que ela se referiu”, no caso, o regime militar. Também aconselhou que a ministra refletisse “sobre as pessoas a quem pediu perdão”.

Nesta terça-feira, a ministra rebateu as afirmações do colega, como antecipou que faria a Matheus Leitão. “A divergência de ideias é legítima. O que não é legítimo é o tom misógino, travestido de conselho paternalista sobre “estudar um pouco mais” a história de instituição, adotado pelo interlocutor. Uma instituição que integro há quase duas décadas e bem conheço. Essa agressão desrespeitosa não atinge apenas esta magistrada; atinge a magistratura feminina como um todo, a quem devo respeito e proteção”, discursou Maria Elizabeth.

Sobre o ato em São Paulo, a ministra disse que não teve o objetivo de revisar o passado: “Cumpre-me esclarecer que o gesto de pedir perdão não revisou o passado com intuito de humilhação, nem, tampouco, revestiu-se de ato político-partidário: foi ato de responsabilidade pública, inscrito na melhor tradição das instituições que reconhecem falhas históricas, para que não se repitam. Trata-se de um dever cívico-republicano, decorrente da Carta Magna e das convenções e tratados internacionais nos quais a República Federativa do Brasil é signatária.”

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