Muito mais que grandes companheiros, diversos estudos têm mostrado que os cães possuem a capacidade de farejar algumas doenças em humanos, como câncer, Alzheimer e Parkinson. Porém, de onde vem essa habilidade?
De acordo com a médica-veterinária e docente do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Fabiana Volkweis, esse “dom” está relacionado ao olfato extremamente sensível desses animais composto por mais de 300 milhões de células olfativas.
Com isso, a profissional comenta que essa sensibilidade aguçada permite que eles percebam odores e alterações químicas no corpo humano, que podem estar associadas ao desenvolvimento de doenças.
“Existem inúmeros casos em que o cão percebeu que algo estava errado com o tutor antes mesmo de um diagnóstico médico. Hoje, essa habilidade tem sido explorada e aplicada cientificamente em várias partes do mundo”, afirma a professora.
Aliados da Medicina
Segundo a docente, por conta dessas habilidades, muitos animais da espécie recebem treinamentos para detectar enfermidades como diabetes, epilepsia e diferentes tipos de câncer, emitindo alertas a seus tutores ou auxiliando profissionais de saúde na identificação precoce de alterações orgânicas.
Um dos exemplos mais conhecidos vem da In Situ Foundation, na Califórnia (EUA), que desenvolveu protocolos científicos para o treinamento de cães detectores de câncer.
Já na Inglaterra, um estudo conduzido pelo Medical Detection Dogs, em parceria com as universidades de Bristol e Manchester, revelou que cães conseguiram identificar a doença de Parkinson apenas pelo cheiro da pele, antes mesmo da manifestação dos sintomas.
“O processo de treinamento e certificação dura de seis a oito meses. Os cães não farejam pessoas diretamente, mas analisam amostras de hálito, plasma, urina ou escarro, reconhecendo odores específicos de células cancerígenas”, explica.
Embora todos os animais da espécie tenham um olfato apurado, algumas raças se destacam pela sensibilidade e facilidade de aprendizado. Entre as mais adotadas estão labrador retriever, pastor alemão, beagle, border collie e pastor belga de malinois.
“Essas raças combinam inteligência, temperamento equilibrado e excelente resposta ao adestramento. Por isso, são preferidas em programas de detecção biológica”, acrescenta.
Exemplos são vistos em casa
Mesmo sem treinamento formal, muitos tutores relatam que seus cães demonstram comportamentos diferentes quando algo não vai bem.
“Eles podem latir, choramingar, cheirar insistentemente uma área do corpo ou simplesmente se manter mais próximos e protetores. No caso dos que recebem o treinamento, esse comportamento se refina e os animais chegam a buscar ajuda quando percebem alterações da saúde”, explica a docente.
Inclusive, uma história que ganhou repercussão mundial foi a de Lucy Humphrey, americana de 44 anos que aguardava um transplante de rim. Durante um passeio na praia, seu cão insistiu em se aproximar de uma mulher desconhecida.
Após conversarem, Lucy contou que precisava de um doador e, de forma inacreditável, a mulher era compatível, uma chance de 1 em 22 milhões.
“Casos assim mostram o quanto o vínculo entre humanos e cães vai além do afeto. Ele pode literalmente salvar vidas de diversas maneiras”, finaliza.
Fonte: Terra, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ sobre a habilidade dos cães em detectar doenças
Por que o faro dos cães é tão apurado?
O motivo disso é que esses animais possuem mais de 300 milhões de células olfativas, que tornam o seu olfato extremamente sensível.
Quais animais conseguem detectar enfermidades com mais facilidade?
Por mais que cães de todas as raças possam ter essa habilidade, os que possuem maior sensibilidade e facilidade de aprendizado são labrador retriever, pastor alemão, beagle, border collie e pastor belga de malinois.
Quais alterações corporais relacionadas a doenças os cães conseguem farejar?
Muitas vezes, quando há a presença de alguma doença os cães são capazes de perceber odores e alterações químicas no corpo humano.
LEIA TAMBÉM:
Uso de cannabis na Medicina Veterinária avança e traz resultados positivos para pets e tutores
É verdade que todos os pets sabem nadar? Descubra!
Turismo pet friendly em alta: cada vez mais famílias viajam com seus animais
