IPCA de agosto tem deflação de 0,11%, aquém da expectativa do mercado

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial do país, registrou deflação de 0,11% em agosto. É a primeira queda de preços verificada neste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, é também a primeira deflação desde agosto do ano passado, quando o IPCA recuou 0,02%. O número, porém, veio aquém das expectativas do mercado, que projetava um recuo de 0,16%. No acumulado do ano, a inflação oficial alcançou 3,15%. Já nos últimos doze meses, ficou em 5,13%.

As maiores contribuições para o resultado vieram do grupo Habitação (-0,90%), puxado pelo recuo de 4,21% da tarifa de energia elétrica no mês passado. Isoladamente, a conta de luz foi o subitem que mais favoreceu o alívio no bolso dos brasileiros, segundo o IBGE, contribuindo com -0,17 ponto percentual da deflação do IPCA. O grupo de alimentos e bebidas registrou queda de 0,46% nos preços, e os gastos com transportes caíram 0,27%.

“Somados, esses três grupos foram responsáveis por -0,30 ponto percentual de impacto no índice geral”, disse Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, em nota à imprensa. “Sem eles, o resultado do IPCA de agosto ficaria em 0,43%.”

Os brasileiros pagaram mais caro por outros itens, contudo. As despesas com educação subiram 0,75%, seguidas por vestuário (+0,72%), saúde e cuidados pessoais (+0,54%) e despesas pessoais (+0,40%).

Outro ponto que inspira cuidados é o índice de difusão da inflação, que mede quantos produtos e serviços ficaram mais caros de um mês para outro. Segundo o IBGE, apesar da queda do IPCA, 57% dos itens acompanhados subiram de preço em agosto, ante 50% em julho.

Outro ponto monitorado pelos economistas é a inflação de serviços, principal obstáculo para a convergência da inflação para a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Os preços dos serviços subiram 0,39% em agosto, sinalizando uma desaceleração em relação ao mês retrasado, quando encareceram 0,59%. Refletindo os novos tempos, alguns dos itens que ficaram mais caro no grupo de serviços são o transporte por aplicativos (+3,27%) e streaming (+1,91%).

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