Democratas divulgam suposta carta de Trump a Epstein com desenho de mulher nua

Democratas da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgaram nesta segunda-feira, 8, uma suposta carta do presidente Donald Trump a Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de adolescentes que cometeu suicídio na prisão em 2019. O documento já havia sido publicado pelo jornal americano The Wall Street Journal em julho, mas o republicano negou a veracidade. Trata-se de um desenho de uma mulher nua com mensagens insinuantes, parte de um álbum de aniversário organizado para o financista em 2003.

No X, antigo Twitter, os democratas afirmam que receberam o “bilhete de aniversário de Trump para Jeffrey Epstein, que o presidente disse não existir”, questionando: “O que ele está escondendo? Divulgue os arquivos!”, em referência aos apelos para que todos os documento relacionados ao caso Epstein sejam tornados públicos. A nota assinada por Trump diz, dentro dos contornos de um corpo feminino: “Feliz aniversário – e que cada dia seja outro segredo maravilhoso”.

Em resposta, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, alegou que a assinatura na carta não é de Trump. Também no X, ele compartilhou documentos assinados recentemente pelo presidente dos EUA numa tentativa de comprovar a falsificação. Mas uma reportagem do jornal americano The New York Times, publicada em 2016, mostra que a assinatura do republicano evoluiu e mudou com o passar do tempo. Os documentos obtidos pelo NYT mostram assinaturas muito parecidas com a do bilhete a Epstein.

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Caso Epstein

Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza (notadamente, o príncipe Andrew) e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. As acusações que o levaram à prisão em 2019 ocorreram mais de uma década após um acordo judicial que o protegia. Ele foi encontrado morto por enforcamento pouco mais de um mês após parar atrás das grades.

Na semana passada, um comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgou mais de 30 mil páginas relacionadas ao caso Epstein. Mas os documentos liberados, que incluem entrevistas com vítimas, geraram uma onda de críticas de democratas por já terem sido, na sua maioria, publicados antes — havia, portanto, poucas informações inéditas sobre o esquema sexual comandado pelo bilionário.

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Como promessa de campanha, Trump disse que liberaria os documentos relacionados ao caso Epstein caso retornasse à Casa Branca. Em janeiro, quando o republicano tornou públicos arquivos sobre a investigação, um clima de insatisfação tomou conta: as informações divulgadas já eram conhecidas. Pressionado, ele virou alvo de uma teoria da conspiração dentro da sua base política, a Make America Great Again (MAGA), de que está em uma lista secreta de pessoas que se beneficiavam do conluio de Epstein.

A a relação entre os dois é antiga: eles faziam parte de círculos sociais de elite de Nova York e da Flórida. Em 2002, Trump disse à revista New York que o financista era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”. Ele também contou que a dupla se conhecia há 15 anos, acrescentando: “Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”.

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