Indústria do Amazonas projeta impacto negativo de R$ 600 milhões com seca de 2025

A indústria do estado do Amazonas projeta um custo próximo de 600 milhões de reais decorrente da estiagem neste ano. Apesar de substancial, o montante é menor que o impacto observado nos últimos dois anos, quando a seca na região foi severa e gerou quase 3 bilhões de reais em custos adicionais para a indústria. A redução do nível dos rios, o principal meio de escoamento de mercadorias do estado, cria grandes dificuldades logísticas e de estocagem — preocupações crescentes de empresários locais. Em 2025, a previsão é de uma estiagem moderada.

As empresas instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM) têm adotado medidas preventivas para minimizar os efeitos da estiagem. “Estamos reforçando estoques, estruturando melhor o abastecimento e a organização de pagamentos para fornecedores e colaboradores, quando possível”, diz Augusto Rocha, coordenador da Comissão de Logística e Competitividade do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas).

Uma das principais decisões que serão tomadas pelos industriais se refere ao repasse (ou não) da alta de custos ao consumidor final — conhecido como “taxa da seca”. Esse aumento costuma ocorrer, por exemplo, com o encarecimento de fretes e taxas portuárias. “Estamos trabalhando para não haver ‘taxa da seca’. Se houver, há uma estimativa de que ela ficaria em 500 milhões de reais”, diz Rocha.

O CIEAM tem pedido aos governos estadual e federal que invistam em obras estratégicas na região para torná-la mais resiliente à estiagem. As propostas abarcam, inclusive, uma alteração profunda do Rio Amazonas para maximizar seu uso para a navegação humana. “Precisamos de obras subaquáticas que alterem a hidrodinâmica do rio”. A região sempre enfrentou grandes desafios logísticos, dada sua distância dos centros mais populosos do país e a cobertura florestal. A piora das secas ao longo dos anos, no entanto, dificultou ainda mais a conexão do Amazonas com o resto do país.

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