EUA têm mais desempregados do que vagas abertas pela 1ª vez desde 2021

Os Estados Unidos apresentam, pela primeira vez desde abril de 2021, um cenário em que o total de pessoas sem trabalho supera a quantidade de vagas disponíveis, segundo JOLTS divulgado pelo governo americano nesta quarta-feira, 3. Esse novo panorama foi observado depois que, em julho, o número de oportunidades abertas recuou para 7,18 milhões, abaixo das expectativas do mercado, enquanto o volume de desempregados permaneceu elevado.

O relatório do governo americano mostra que trabalhadores que perdem o emprego têm enfrentado mais dificuldades para voltar ao mercado, não necessariamente por um aumento nas demissões, mas principalmente pelo encolhimento das ofertas de trabalho. Especialistas destacam que o desafio atual para quem está fora do emprego é maior do que a preocupação com a manutenção dos postos de trabalho para aqueles que já estão empregados.

A queda nas vagas disponíveis influenciou o sentimento dos investidores, aumentando a probabilidade de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve já em setembro. Mesmo diante desse movimento, economistas de grandes bancos alertam que os números não indicam, por enquanto, uma recessão iminente para a economia americana. Os indicadores de desemprego, contratações e vagas sugerem que o mercado se aproxima de um patamar considerado estável e sustentável.

Entre os fatores que contribuem para esse cenário, destacam-se o envelhecimento populacional e as políticas migratórias mais rígidas implementadas nos últimos anos. Com menos pessoas dispostas ou aptas a trabalhar, o desaquecimento da demanda por novos funcionários acaba sendo parcialmente compensado, reduzindo impactos negativos para quem ainda busca recolocação.

Economistas ressaltam que a queda contínua na relação entre vagas disponíveis e trabalhadores desempregados tem ocorrido de forma gradual, o que reforça o caráter de ajuste, e não de crise, no mercado de trabalho. As atenções agora estão voltadas para o próximo relatório de empregos de agosto, considerado decisivo para futuras decisões do Federal Reserve em relação à taxa de juros nos Estados Unidos.

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