Degustar a comida local é sempre uma boa forma de conhecer a cultura e a biodiversidade de qualquer lugar que se visite. Maior evento gastronômico do Norte do país, o Festival Ver-o-Peso sempre foi considerado uma vitrine da biodiversidade amazônica. Criado pelo chef Paulo Martins, o evento continuou mesmo depois da morte de seu fundador, em 2010. Mas veio a pandemia, a organização teve que fechar as portas, como muita coisa no Brasil. Foi preciso Belém ser escolhida para a sede da COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, para o festival reabrir as portas, em setembro, entre os dias 5 e 7 e 12 e 14, no Shopping Bosque Grão-Pará, na capital paraense. O festival retorna como uma iniciativa do Instituto Paulo Martins, em parceria com a produtora Origem Justa.
Gestora do instituto, Joanna Martins, filha do chef Paulo, mobilizou chefs de todo país para organizar esta edição, que comemora 25 anos de história do evento. Entre os convidados estrelados, dois chefs de restaurantes paulistas: Janaína Torres, do bar Dona Onça, eleita a melhor chef feminina do mundo eleita pela World’s,Best Restaurant’s 2025 e Saulo Jennings, da Casa do Saulo. Da área de doces, Carole Crema, figura importante por aproximar os brasileiros da confeitaria nacional, também estará lá. Como não poderia faltar, fazem parte desta festa chefs belenenses de forte expressão, dedicados à propagação do legado da cultura gastronômica local, como Thiago Castanho, Paulo Anijar, Daniela Martins, Esther Weyl e Felipe Gemaque.
Reconhecida como embaixadora da comida amazonense, Paula aproveita a ocasião para lançar o livro Memórias de um Filho de Fogão, biografia inédita de seu pai, escrita pela jornalista Lorena Filgueiras. Joanna também tem se dedicado a produção de uma nova publicação sobre a mandioca, fruto de mais de uma década de estudo sobre brasilidades como tucupi preto (caldo da mandioca reduzido por horas no fogo), tiquira (bebida originária do Maranhão) e farinha d’água (farinha de mandioca).
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