Curso aborda questão de saúde mental para população rural

Por: Rogério Cabral

01/07/2025

Iniciativa do Senar-SP foca na atenção aos homens e mulheres do campo, assim como ajuda na reciclagem de profissionais de saúde do interior paulista

A saúde mental é um componente essencial do bem-estar e da qualidade de vida, mas muitas vezes negligenciada, sobretudo no meio rural. Agricultores e trabalhadores do campo enfrentam uma série de desafios que impactam diretamente sua saúde emocional: isolamento geográfico, longas jornadas de trabalho, instabilidades climáticas, pressões econômicas e dificuldade de acesso a serviços de saúde especializados.

Esses fatores aumentam os riscos de ansiedade, depressão e até suicídio, criando um cenário preocupante que exige atenção imediata. Investir em saúde mental nessas regiões é, portanto, uma questão de justiça social e de sustentabilidade da própria atividade rural. A proposta do Programa Promovendo a Saúde no Campo (PPSC), iniciativa pioneira do sistema Faesp/Senar entre as federações, é oferecer ferramentas para moradores do campo e profissionais de saúde, a fim de prevenir problemas futuros.

 “Nossa proposta e promover a saúde preventiva e a qualidade de vida no meio rural, por meio de ações educativas e práticas. Os conteúdos são revisados periodicamente para atender às necessidades atuais das comunidades rurais e esse de Saúde Mental está disponível também por meio de cartilhas, nos sindicatos rurais”, frisou o diretor do Departamento Médico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Roberto Duarte.

Para enfrentar essa realidade, é fundamental ampliar o acesso a políticas públicas voltadas ao acolhimento psicológico da população do campo, com estratégias que considerem suas especificidades culturais e territoriais. A capacitação de agentes de saúde locais, o uso da telemedicina e campanhas de conscientização, nos sindicatos rurais, por exemplo, podem ser caminhos eficazes para romper o estigma e promover o cuidado contínuo.

As enfermeiras Rafaelle Cavalcante Munhoz, Lídia de Souza e Aline Ferreira de Souza, de Presidente Bernardes, participaram do último curso realizado pelo sindicato local e ficaram empolgadas com o resultado. Ambas são enfáticas em dizer que tanto a parte teórica, quanto as dinâmicas realizadas, ajudaram a entender melhor a questão, permitindo que elas tivessem o olhar não apenas do profissional de saúde, mas também dos pacientes.

“Me ajudou a entender um pouco mais sobre Saúde Mental e foi muito importante para que eu pudesse avaliar a minha própria saúde e me antecipar a sinais que possam levar a problemas futuros. Estou indicando o curso para que outras pessoas também façam”, afirmou Rafaelle. “Como moramos em um município relativamente pequeno e nos deparamos com vários relatos de pessoas com depressão e casos de ansiedade, o curso foi muito esclarecedor”, complementou Lídia.

Fortalecer redes de apoio comunitário e iniciativas coletivas pode ajudar a reduzir o isolamento e criar espaços de escuta e solidariedade. Cuidar da mente de quem cuida da terra é um passo decisivo para um campo mais saudável e resiliente, explicou a dentista Adriana Bonfim Vieira, instrutora do curso no Sindicato Rural de Presidente Bernardes.

“O curso reforça que para termos uma qualidade de vida precisamos trabalhar a saúde mental, a física e a social. Durante dois dias levamos informações teóricas, mas também dinâmicas, com estímulos mentais, físicos e de coordenação motora, que ajudam a identificar possíveis sinais e, fortalecendo uma rede de apoio, trabalhar a prevenção”, disse Adriana Bonfim Vieira.

O presidente do sistema Faesp/Senar, Tirso Meirelles, reiterou a importância da saúde mental para a qualidade de vida da população, principalmente no meio rural. Trabalhar questões como ansiedade e depressão, num grupo social que está envelhecendo, é vital para garantir que homens e mulheres do campo continuem sua trajetória de sucesso.

“Levar ações de saúde mental ao meio rural é essencial para enfrentar o isolamento, o estresse e as pressões do trabalho. Produtores e trabalhadores rurais muitas vezes sofrem em silêncio, o que torna o acolhimento psicológico ainda mais urgente. Cuidar da mente é fortalecer a saúde integral e a produtividade no campo”, concluiu Meirelles.

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