Faesp, entretanto, alerta para lições que caso do Rio Grande do Sul deixou para o setor
A retirada das restrições à exportação da carne de aves brasileira por 17 países representa uma vitória significativa para todo o setor agropecuário nacional e reforça a imagem do Brasil como um dos maiores e mais confiáveis fornecedores globais desse tipo de proteína. Com a reabertura de mercados e a retomada das exportações, o segmento avícolas nacional ganha novo fôlego para continuar produzindo com competitividade e abastecendo importantes parceiros no cenário internacional.
Neste momento, Argélia, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Egito, El Salvador, Iraque, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mianmar, Montenegro, Paraguai, República Dominicana, Sri Lanka, Vanuatu e Vietnã retiraram as restrições de exportação à carne de frango brasileira. Outros países, tal como Japão, estão aplicando restrições somente aos munícipios que registraram foco da enfermidade. É notório o esforço técnico-diplomático que está sendo empregado para demonstrar o compromisso da cadeia produtiva com a biosseguridade e a rastreabilidade.
As autoridades sanitárias brasileiras conseguiram demonstrar que os casos identificados estavam restritos à fauna silvestre ou a pequenos plantéis de subsistência, sem afetar a produção comercial, e que o caso de Montenegro (RS) está sanado. Essa transparência, somada à adoção dos mais rígidos protocolos sanitários, alinhados às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), tem sido determinante para recuperar a confiança internacional.
“Esse é um momento de comemorar, mas também de reforçar a observação dos animais e tomar as medidas necessárias para que novos casos não afetem o setor. O desafio, agora, é manter a vigilância permanente, investir em tecnologia e fortalecer os sistemas de detecção precoce para garantir que o Brasil continue na liderança das exportações globais de proteína animal”, disse Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
Maria Cristina Nardi, produtora de Bastos e integrante da Comissão Técnica de Avicultura e Suinocultura da Faesp, ressaltou que o recente caso do Rio Grande do Sul deixou lições importantes para o setor. Assim como no caso da dengue, é preciso que haja um controle rigoroso sobre todos os processos que envolvem as granjas, para que um pequeno descuido não cause prejuízo em cascata a todo o setor.
“A retomada das exportações de carne de aves fortalece o posicionamento estratégico do Brasil como fornecedor seguro e confiável de alimentos. No cenário geopolítico atual, em que há crescente preocupação global com segurança alimentar e sanidade animal, manter-se livre de enfermidades como a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na produção comercial é um ativo valioso”, concluiu Meirelles.
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