Por Cris Silva

Você sabia que a origem do Setembro Amarelo está ligada a um caso emblemático e a um esforço nacional de conscientização. O movimento foi inspirado na história de um jovem americano chamado Mike, que, em 1994, cometeu suicídio e deixou um bilhete pedindo que as pessoas usassem a cor amarela para se lembrar dele. Seu pai, em homenagem a seu filho, começou uma campanha chamada “Yellow Ribbon” (Fita Amarela), que incentivava o uso de fitas amarelas para simbolizar a prevenção do suicídio.

No Brasil, a campanha foi formalmente estabelecida em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com o objetivo de ampliar a conscientização sobre a saúde mental e promover o diálogo sobre prevenção do suicídio.

Setembro foi escolhido como o mês para essa campanha, e a cor amarela foi adotada como símbolo da luta pela vida e pela prevenção.

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Entender os sinais de ideação suicida é o primeiro passo para oferecer apoio a quem está em sofrimento emocional e evitar que esses pensamentos evoluam para ações trágicas. Neste artigo, vamos explorar como identificar esses sinais, os impactos nas famílias e como buscar ajuda, além de mostrar a relevância desse cuidado também no ambiente de trabalho.

Reconhecendo os Sinais de Ideação Suicida

Identificar sinais de ideação suicida pode ser desafiador, mas é crucial. As pessoas em crise podem demonstrar mudanças de comportamento como isolamento, fala sobre morte, alterações de humor e abandono de atividades prazerosas. Sentimento de culpa, vergonha e a percepção de ser um peso para os outros também são comuns. Essas mudanças podem ser sutis, e muitas vezes o sofrimento é mascarado. Portanto, é essencial observar pequenas mudanças e oferecer um espaço seguro para conversas sem julgamentos.

O Impacto do Suicídio nas Famílias

A perda por suicídio tem um impacto devastador nas famílias. Sentimento de culpa, vergonha e perguntas sem resposta podem marcar os familiares por anos. Além da dor da perda, o estigma social torna o luto ainda mais complexo. A perda também afeta a dinâmica de trabalho, onde a produtividade pode cair e sintomas de ansiedade e depressão podem surgir. Promover um ambiente de apoio nas empresas é vital para ajudar na recuperação emocional dos funcionários.

Estatísticas sobre Suicídio no Brasil e em São Paulo

O suicídio é um problema de saúde pública no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o país registra cerca de 14 mil suicídios por ano, o que significa uma morte a cada 40 minutos. No estado de São Paulo, o cenário é alarmante: o suicídio cresceu 30% nos últimos anos, conforme aponta um estudo da Globo no G1. 

As cidades de Marília e Ribeirão Preto se destacam com as maiores taxas de suicídio do estado, apresentando 8,6 e 7,5 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente. Em contraste, cidades como Santos, São José dos Campos e Registro têm taxas abaixo de 5,5 por 100 mil habitantes.

A maior parte das mortes no estado é majoritariamente de homens (80%), com 72,3% das vítimas na faixa etária entre 15 e 64 anos. A forma mais comum de suicídio é por sufocação/enforcamento, que aparece em primeiro lugar tanto entre homens (66,3%) quanto entre mulheres (43,1%). As causas mais frequentes incluem quadros de depressão, esquizofrenia, estresse, desilusões, e muitas vezes o uso de drogas e álcool está envolvido.

Canais de Ajuda e Apoio

Existem diversos canais de apoio disponíveis no Brasil que oferecem suporte emocional gratuito e sigiloso para quem precisa. 

Conhecer esses recursos é importante para saber onde buscar ajuda:

• CVV – Centro de Valorização da Vida: Atendimento 24 horas pelo telefone 188, chat online ou e-mail.Gratuito.

• CAPS – Centros de Atenção Psicossocial: Atendimento especializado para crises de ideação suicida.

• UBS – Unidades Básicas de Saúde: Orientação e encaminhamento para serviços de saúde mental.

• Serviços de Psicologia de Universidades: Atendimento psicológico gratuito ou a preços acessíveis.

O Papel das Famílias e Comunidades

A família tem um papel essencial na prevenção do suicídio. Criar um ambiente acolhedor, manter a comunicação aberta e observar sinais de sofrimento são atitudes vitais. Buscar ajuda profissional é crucial em momentos de crise. Empresas também devem promover programas de saúde mental e manter um ambiente de respeito e acolhimento.

E por fim setembro Amarelo nos convida a olhar com mais sensibilidade para quem está ao nosso redor.Reconhecer os sinais de ideação suicida e entender os impactos profundos que o suicídio causa nas famílias e nos ambientes de trabalho é um passo importante para quebrar o silêncio e fortalecer a rede de apoio. Lembre-se de que sua escuta e apoio podem ser decisivos para alguém que está enfrentando uma crise.

Sobre a Autora

Cris Silva é psicóloga, master coach e sócia proprietária da Ducris Exclusive. Com ampla experiência em psicologia positiva, Cris dedica-se a promover a saúde mental e emocional de indivíduos e casais, oferecendo suporte psicológico e orientação em momentos de crise. Ela é uma defensora ativa da conscientização sobre saúde mental, ajudando a quebrar tabus e oferecer suporte essencial.

Fontes:

• G1 Globo: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia

• Organização Mundial da Saúde (OMS)

• Ministério da Saúde – Boletim Epidemiológico de Suicídio

• Pesquisa DataSUS

• IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

• ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria

1 Comentário

    Artigo muito interessante e importante para todas as famílias. Obrigada por compartilhar seu conhecimento.

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