Por Mônica Galdino (MTb 47045) – Assessoria de imprensa IAC
A produção hortícola brasileira contempla a oferta de produtos diversificados, de grande relevância para a economia brasileira, com atuação diferenciada de agricultores familiares e pequenos produtores, além de potencializar negócios de empreendedores e empresas de pequeno, médio e grande porte.
Pensando em agregar e promover a troca de conhecimentos e experiências desse setor estratégico, o Instituto Agronômico (IAC), realiza o 57º Congresso Brasileiro de Olericultura, que ocorre de 6 a 9 de agosto, em sua sede no município de Campinas, promovido pela Associação Brasileira de Horticultura (ABH).
O tema do evento é Olericultura 4.0: desafios e oportunidades. As palestras e debates irão abordar sobre questões fitossanitárias, manejo nutricional, sustentabilidade e diversidade, novos negócios tecnológicos, inteligência artificial na olericultura, mudanças climáticas, melhoramento genético, produção de sementes e oportunidades e desafios no cultivo de plantas aromáticas e medicinais.
A programação completa está disponível no link: https://www.57cbo.com.br/programacao-completa.html.
A pesquisadora do IAC, Eliane Gomes Fabri, presidente do 57 CBO, explica que o evento buscou abordar os temas mais desafiantes para o setor hortícola, que engloba, inclusive as adaptações às mudanças climáticas. “O IAC em conjunto com as demais entidades organizadoras, levantou as principais temáticas e palestrantes de elevada atuação para compartilhamento de conhecimentos e experiências nas suas áreas, em prol do fortalecimento da olericultura brasileira”, diz a cientista do IAC-APTA, ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
As mudanças climáticas estão entre as maiores preocupações da sociedade por conta dos graves impactos na segurança alimentar e na sustentabilidade da agricultura. O pesquisador do IAC, Gabriel Constantino Blain, trabalha com a detecção e descrição das mudanças climáticas no estado de São Paulo. Essa ação do IAC tem permitido direcionar pesquisas para a elevação da resiliência agrícola aos novos padrões climáticos.
Blain explica que o IAC possui um trabalho de estatística das alterações climáticas e que norteiam os estudos e ações de adaptação agrícola frente aos eventos climáticos. “Os efeitos da elevação das concentrações de gases de efeito estufa é uma realidade global, a comunidade científica mundial vem realizando contínuos esforços voltados à mitigação e ao combate desse fenômeno e de suas implicações”, afirma.
A primeira estação meteorológica do IAC data de 1890. O pesquisador explica que a instituição possui dados de descrição histórica das condições meteorológicas e agrometeorológicas observadas em uma região, que auxiliam o entendimento das mudanças que estão ocorrendo nos padrões atmosféricos regionais.
Dentre as áreas temáticas que serão abordadas pelos palestrantes do IAC, que têm atuação de liderança junto ao setor produtivo, destacam-se: tecnologia de aplicação de defensivos, desenvolvidas pelo pesquisador Hamilton Ramos; cultivo indoor, pelo cientista Luis Felipe Purquerio, cultivo de plantas aromáticas e medicinas – aspectos de produção, econômicos e de mercado, pelas pesquisadoras Eliane Fabri, Lilian Anefalos e Margarida Ito; tecnologias para a cadeia de mandioca, pelo cientista José Carlos Feltran.
Os aspectos de sanidade também serão debatidos durante o evento. A pesquisadora do IAC, Margarida Fumiko Ito, irá palestrar sobre doenças nas plantas aromáticas e medicinais. As principais doenças em plantas aromáticas e medicinais são causadas por fungos da parte aérea e fungos habitantes do solo. Os patógenos causadores dessas doenças podem ser transmitidos, ou transportados pelas sementes e mudas contaminadas.
A importância de cada doença depende das condições ambientes, variando segundo o ano, a época, o local, a cultivar e o manejo realizado.
Para prevenção e controle das doenças Ito destaca os seguintes métodos: análise e correção do solo, preparo adequado do solo, escolha de cultivares com resistência genética a fitopatógenos, uso de sementes e mudas sadias, tratamento de sementes, espaçamento das plantas, incorporação dos restos culturais, rotação de culturas e uso de adubos verdes, manejo da água de irrigação, controle biológico e outros métodos aliados ao manejo integrado de doenças.
As tecnologias para o cultivo de tomate em conceito regenerativo do ambiente agrícola será o tema do pesquisador do IAC, Roberto Botelho Ferraz Branco. Entre os aspectos que serão discutidos estão as exigências ambientais legais vigentes no país, o Cadastro Ambiental Rural, a regularização da Reserva Legal com espécies nativas e áreas de preservação permanente (APP), tecnologia para produção de tomate, que proporcione a conservação recursos naturais da propriedade, solo e água.
“A agricultura conservacionista baseada nos conceitos de plantio direto ou mínimo revolvimento do solo para estabelecimento de cultivos, rotação de culturas e manutenção permanente de palha na superfície do solo, desde que aplicada criteriosamente, provém resultados que levará ao sucesso da conservação dos recursos naturais, além de elevar a fertilidade do solo, aumentar a resiliência do cultivo, reduzir a utilização de insumos agrícola e custo de produção”, afirma.
A produção de palmito também será debatida durante o 57º Congresso Brasileiro de Olericultura. A pesquisadora do IAC, Valéria Aparecido Modolo, informa que a produção de palmito passa por novos desafios como a obtenção de palmito a partir de cultivo ao invés de exploração predatória e novas espécies como fonte de matéria prima para as fábricas ou para consumo in natura.
Modolo explica que toda palmeira produz palmito, mas para que a espécie se destaque como produtora é preciso que tanto o palmito seja apreciado, como a palmeira seja adaptada ao cultivo ou ao manejo. “A introdução de novas espécies produtoras e aprimoramento da tecnologia de produção possibilitou a produção precoce de palmito e novas formas de consumo e comercialização, além do produto processado”, diz a pesquisadora.
A palestra “Produção de palmito: da mata à olericultura” abordará as transformações que ocorreram ao longo do tempo do cultivo de palmeiras para produção de palmito, desde a obtenção do produto na mata até a produção baseada no cultivo. Com a introdução de novas espécies produtoras como a pupunheira, palmeira real australiana, palmeira roystonea e aprimoramento da tecnologia de produção houve a possibilidade de produção precoce de palmito e novas formas de consumo e comercialização além do produto processado.
O 57º Congresso Brasileiro de Olericultura é uma realização do IAC, APTA Regional, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Hortaliças (EMBRAPA), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Dia do Produtor
No dia 7 de agosto será realizado o Dia do Produtor, relacionado ao 57º Congresso Brasileiro de Olericultura, na sede do IAC, em Campinas. Esse evento foi idealizado como uma ação integradora entre os relevantes atores da cadeia hortícola, para discussão de questões relevantes para o setor como um todo, em conjunto com os produtores. Nesse dia, o foco será em temas relacionados às áreas de negócios e tecnologias para melhoria da produção e aumento da renda. Ao longo do dia os participantes poderão assistir palestras sobre sucessão familiar, oportunidade de negócios regionais, compras governamentais de agricultores familiares, turismo rural, sustentabilidade, cultivares de batata-doce IAC, cultivares de mandioca IAC, tecnologias de automação para ambiente protegido, olericultura conservacionista e estratégias de recuperação de áreas degradadas em ambiente protegido.
A pesquisadora do IAC, Lilian Cristina Anefalos, explica que o evento busca ampliar o panorama de conhecimentos para os produtores, técnicos e demais profissionais da área, aprofundando a discussão sobre opções de negócios, além de apresentar novas tecnologias IAC, como alternativas diferenciadas para propiciar o incremento de oportunidades e ampliar o valor agregado dos produtos para os produtores.
“O evento será em paralelo ao 57º Congresso Brasileiro de Olericultura, o que permitiu a adesão de parceiros chaves de grande inserção e relevância no setor, e contará com a presença de palestrantes em áreas estratégicas de grande interesse para os produtores rurais”, afirma.
O evento Dia do Produtor é gratuito, mas as vagas já estão preenchidas.