Faesp participou do evento, que teve a presença de especialistas, empresários e associações
A sede da Fiesp em São Paulo recebeu na segunda-feira o 11º Encontro Brasileiro de Nozes, Castanhas e Frutas Secas, promovido pela Associação Brasileira de Nozes e Castanhas e Frutas Secas (ABNC). O evento teve apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de castanhas e nozes do mundo, com quatro das oito variedades mais consumidas globalmente sendo cultivadas no país: a castanha do caju, a castanha do Pará, a noz-pecã e a macadâmia.
A engenheira agrônoma Erica Monteiro de Barros, do Departamento Econômico da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), destacou, na abertura do evento, a produção de macadâmia da região de Bocaina, do Vale do Rio Jacaré Pepira, que tem clima adequado e pequenos produtores engajados. “O cultivo da noz abre oportunidade para a consorciação com o café, como alternativa de diversificação da atividade e agregação de valor”, disse.
Erica apontou ainda o cultivo em áreas de restauração ambiental, que envolve oportunidades no mercado de crédito de carbono. E pontuou ainda alguns desafios. “Temos a ausência de estatísticas mais precisas deste setor. É necessário um apoio aos produtores, por meio de financiamentos, seguro rural, inovação de maquinários.
O evento teve a participação de Michael Waring, presidente do International Nuts Council and Dried Fruit (INC), em sua primeira visita oficial ao País. Ele destacou o potencial da América do Sul como um espaço estratégico para o crescimento dessa indústria no cenário mundial. Outros nomes de destaque no setor discutiram temas como inovação, sustentabilidade e novos mercados para as nozes e castanhas.
O diretor do Departamento do Agronegócio da Fiesp (Deagro), Roberto Bettancourt, disse que o Brasil já poderia estar ocupando uma posição de maior destaque no mercado global.
“O setor tem um enorme potencial de crescimento. O que falta é capital a médio e longo prazo”, afirmou, defendendo um plano de financiamento diferenciado aos produtores, uma vez que as árvores levam em média quatro anos para começar a produzir.
José Eduardo Mendes Camargo, presidente da ABNC, ressaltou a meta da Associação em desenvolver novas pesquisas para ampliar a produção e outras medidas para facilitar a entrada do Brasil no cenário internacional. “Estamos trabalhando junto ao Ministério da Agricultura para que o governo tenha um olhar também para este segmento”, apontou.
Tirso Meirelles, presidente da Faesp, avalia que São Paulo tem um clima apropriado para a macadâmia, que em muitos casos é cultivada de modo consorciado com o café.
“A Faesp quer trabalhar esse contexto no estado de São Paulo, de construção de políticas públicas de fomento à integração de toda a cadeia produtiva”, completou. O Estado é o maior produtor de macadâmia do País, respondendo por cerca de 50% da produção nacional.