Decreto nº 10.406, de 25 de março de 2024, declara em situação anormal, caracterizada como de emergência, em todo território do município de Tupã, por ter sido afetado pelo advento de regime pluviométrico baixo (redução dos índices e irregularidade na frequência das chuvas) e de longos períodos de temperaturas extremas.

Por Fala Marília

A Prefeitura de Tupã decretou estado de emergência na última quarta-feira (03/04) devido à estiagem prolongada que assola a região. A medida, oficializada pelo Decreto nº 10.406 assinado pelo prefeito Caio Aoqui, reconhece os impactos da seca extrema nas safras agrícolas.

Segundo a CAT, constatado durante esse período, em todo o Estado, precipitações muito aquém do necessário para produção normal de grãos e demais culturas

O decreto aponta que o município enfrenta longos períodos de baixas precipitações e altas temperaturas desde meados de 2023, com agravamento nos últimos meses.

Essa situação crítica comprometeu a produtividade das pastagens e lavouras, principalmente as culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, café e amendoim durante a safra 2023/2024. Os produtores já estimam prejuízos entre 40% a 60% devido à seca.

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Anderson Luiz Pereira, o estado de emergência oferece respaldo aos produtores rurais.

“Esse respaldo diz respeito à prorrogação de financiamentos, de custeio, investimentos, manutenção de taxa de juros, antecipação de operações de pré-custeio e, principalmente, liberação de recursos privados junto às instituições financeiras. Então, o intuito deste decreto é auxiliar o produtor”, afirmou.

“A escassez hídrica e as altas temperaturas não afetaram apenas a produção agrícola, mas também têm impactos econômicos e sociais significativos na região. Os produtores rurais enfrentam crescentes desafios para cumprir seus compromissos financeiros, e as perdas na produção agropecuária comprometem a capacidade financeira e de investimento do setor, refletindo negativamente na economia local e no comércio”, ressaltou o vereador Eduardo Shigueru, um grande incentivador do agronegócio na região.

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A classificação da Situação de Emergência como desastre de Causas Naturais, Nível II, do grupo Meteorológico, subgrupo Temperaturas Extremas, tipo Onda de Calor, e do grupo Climatológico, subgrupo Seca, Tipo Estiagem, destaca a gravidade da situação, conforme estabelecido pela Classificação e Codificação Brasileira de Desastre (Cobrade).

“Neste cenário desafiador, medidas emergenciais se fazem necessárias para fornecer o suporte necessário aos afetados e promover a resiliência da comunidade diante dos desafios impostos pelo clima. A colaboração entre o poder público, a sociedade civil e instituições governamentais será essencial para superar essa crise e reconstruir a prosperidade de Tupã”, disse o prefeito de Tupã, Caio Aoqui.

Crise Agrícola em São Paulo: Baixa Produtividade e Perdas Alarmantes

Além do baixo índice pluviométrico ocorreram temperaturas muito altas que comprometeram a fisiologia das plantas. Somando a isso tudo as produtividades das culturas mencionadas, encontramos relatos em que ocorreram perdas médias na ordem de 30% nas lavouras plantadas e inclusive, relatos onde 100% do plantio foi perdido, obrigando produtores a realizarem novos plantios

A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral divulgou um relatório alarmante sobre as condições das culturas agrícolas no Estado de São Paulo durante a safra 2023/2024. O levantamento, realizado em conjunto com as 40 Regionais e as Casas da Agricultura, revelou uma situação preocupante em diversas culturas, incluindo Soja, Milho 1ª Safra, Cana de Açúcar e Amendoim.

De acordo com o relatório, as precipitações (chuvas) foram muito abaixo do necessário para uma produção normal de grãos e outras culturas, como cana de açúcar, pastagens e frutíferas. Além disso, as altas temperaturas registradas durante o período comprometeram a fisiologia das plantas, agravando ainda mais a situação.

As perdas são significativas em todas as culturas mencionadas, com relatos de redução média de 30% na produtividade das lavouras plantadas. Em alguns casos extremos, como relatado, a perda chega a ser total, obrigando os produtores a realizar novos plantios para tentar recuperar o prejuízo.

Para fornecer uma visão mais clara da situação, foram disponibilizadas tabelas com as previsões de produtividade e produção no início da safra, comparadas com as previsões atuais. Os dados revelam uma redução drástica na estimativa de produção, com uma área colhida de aproximadamente 80% em relação à área plantada.

Somando às ondas de calor de 40 graus, outro problema causado foi o surgimento de pragas

Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), a estimativa de área plantada para as culturas de amendoim, milho 1º safra e soja na safra 2023/2024 foi significativa. No entanto, os resultados da produção dessas culturas na safra de 2023 foram muito abaixo do esperado, evidenciando os impactos da crise climática na agricultura do estado.

“Diante desses dados preocupantes, torna-se essencial que medidas de apoio e assistência sejam implementadas para auxiliar os produtores afetados a enfrentarem essa crise. O setor agrícola desempenha um papel fundamental na economia do estado, e é crucial garantir sua sustentabilidade e resiliência frente aos desafios climáticos cada vez mais intensos”, alertou o secretário municipal de Agricultura

Estimativa de área plantada, segundo o Instituto de Economia Agrícola – IEA, para as culturas de amendoim, milho 1º safra e soja, referente a safra 2023/2024 e produção dessas culturas na safra de 2023.http://www.iea.agricultura.sp.gov.br/out/TerTexto.php?codTexto=16176

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