Esta é a primeira edição do programa no município que teve participação de grupo de mulheres do bairro dos Pilões
Desde 2019 na área de Promoção Social do Senar-SP, o Programa Novo Olhar tem como objetivo auxiliar produtores rurais em regime familiar a melhorarem seus rendimentos, no resgate da autoestima e na boa convivência em grupos.
O programa foi formatado com duração de 120 horas, em 15 dias e dividido em seis módulos. O objetivo é desenvolver habilidades e atitudes de pessoas e grupos para a prática da organização comunitária como instrumento do desenvolvimento rural sustentável.
Além de buscar atender aos anseios e necessidades das comunidades rurais de forma participativa, democrática e de acordo com a realidade socioeconômica.
Pela primeira vez o município de Guaratinguetá recebeu o Programa Novo Olhar. A demanda para aplicação do mesmo se deu pela percepção do coordenador Cesar Augusto de Oliveira Galvão juntamente com a ações de Vanderléia de Paula e Silva Ribeiro, líder do grupo de mulheres ‘Belas Artes dos Pilões’.
Encravada na Serra da Mantiqueira e sendo o berço de Frei Galvão, primeiro santo nascido no Brasil, a cidade tem condições de fazer do turismo religioso uma de suas principais fontes econômicas. Os participantes encontraram no programa não apenas ferramentas para gerar renda, mas também um caminho de união, fortalecimento coletivo e redescoberta do próprio valor.
O coordenador explica que há enorme potencial na região em razão dessa atividade, na qual, por exemplo, é rota de romeiros que cruzam Minas Gerais em direção à Aparecida; além do turismo ecológico, favorável pela geografia da região.
“O Programa Novo Olhar do Senar-SP veio para potencializar ações que já existiam no bairro Pilões e para trazer novas perspectivas aos participantes, não somente com o turismo religioso, mas também com artesanato, produtos agrícolas e ações socioculturais”, explica.
A líder do grupo ‘Belas Artes dos Pilões’ explica que a realização do Novo Olhar foi relevante para o entendimento e a participação delas em ações em prol do bairro.
“Há, na concepção do programa, um exercício de olhar para si mesma. E isso foi revelador para muitas participantes. Não somente pelo aspecto psicológico, mas especialmente por seu efeito”, afirma Vanderléia. “Perceber-se como mulher e cidadã foi o pontapé inicial para as atividades que viriam dentro do curso e para a compreensão das pessoas sobre melhorias a serem desenvolvidas, individualmente e coletivamente.”
Dentre as ações que o grupo articula está a de organizar-se para aproveitar as habilidades e experiências de suas integrantes (dentre elas, artesãs, produtoras rurais e uma ex-coordenadora de escola) visando a Feira do Produtor Rural. “Pegue um lápis e tente quebrá-lo. É fácil. Pegue uma caixa com 12 e você verá que não consegue”, define Vanderléia, ressaltando a importância da união do grupo e que juntas podem trazer melhorias à comunidade.
“Ao incentivar a organização comunitária e reconhecer a riqueza do saber local, o programa planta sementes de esperança e transforma realidades, mostrando que juntos é possível construir um futuro mais digno e sustentável no meio rural”, afirma Isabela Pennella, técnica responsável pelo Novo Olhar.
O presidente do Sistema Faesp/Senar-SP, Tirso Meirelles, enfatiza a importância das atividades do Senar, como o Programa Novo Olhar. “Os cursos e programas realizados pela entidade, em parceria com os sindicatos rurais, visam melhores condições ao produtor e à produtora rural, não apenas no trato da terra e nas formações profissionais, mas também colaborando na melhoria de renda e em benefícios que se estendem à toda comunidade.”
“É preciso registrar também nosso agradecimento ao presidente do sindicato rural de Guaratinguetá, Rubem Motta Filho e sua diretoria, que com seu apoio pudemos levar o Novo Olhar ao município”, afirma.
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