Projeto ‘Tomatosfera’ é desenvolvido em conjunto com a Diretoria de Ensino da região de Jaú e a escola norte-americana Stem Early High School, da Carolina do Norte
A Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Jahu – Octavio Celso Pacheco de Almeida Prado, de Jaú, é a porta de entrada no Brasil para um programa internacional de pesquisa apoiado pelas Agências Espaciais Norte-Americana (Nasa) e Canadense (CSA), pela Universidade de Guelph, e por empresas privadas. Chamado originalmente de Tomatosphere, o projeto dispõe de um histórico estabelecido na América do Norte e na Europa.
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“Rebatizamos de Tomatosfera para criar uma versão nacional, mas seguindo os mesmos objetivos e premissas do programa original”, explica o professor Célio Favoni, que coordena a iniciativa ao lado da professora Aparecida Maria Zem Lopes, ambos pesquisadores em Regime de Jornada Integral (RJI) no Centro Paula Souza (CPS).
A Tomatosfera nasceu de um contato da Fatec Jahu com o brasileiro Milton Lima, professor na Stem Early High School, da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e membro da Limitless Space Institute (SLI), uma instituição não governamental que incentiva pesquisas ligadas ao espaço. Participam ainda cinco escolas de oitavo ano do Ensino Médio da rede estadual na cidade de Jaú. “Cada sala de aula recebe dois pacotes de sementes de tomate, sendo um com sementes comuns e outro com grãos enviados ao espaço. Os estudantes plantam os dois grupos e comparam as taxas de germinação e crescimento”, explica Favoni.
Os resultados são enviados ao grupo de cientistas que conduz o experimento para análise dos efeitos da radiação e da falta de gravidade sobre as sementes. O estudo é simples, mas o objetivo é ambicioso: entender as possibilidades de vida em outros planetas. “Com viagens espaciais cada vez mais frequentes e longas, é preciso entender como alimentaríamos possíveis colônias humanas fora da Terra”, conta.
Por que tomates?
Os tomateiros foram considerados como escolha ideal, pois fornecem nutrição saudável e água por meio da transpiração das folhas. Na fotossíntese, também convertem a energia luminosa e o dióxido de carbono exalados pelos astronautas em oxigênio necessário à sobrevivência.
Todo o processo fará parte do conteúdo educativo dos alunos da educação básica, que estudarão temas como fotossíntese e respiração, relações entre água e plantas, mecanismo estomático, crescimento e desenvolvimento entre outros. Mas o objetivo principal é despertar a curiosidade dos jovens pela investigação científica. “Em cinco meses, os jovens terão a possibilidade de exercitar a observação, a descrição, a formulação de hipóteses e as conclusões, habilidades básicas dos cientistas”, conclui o professor.
Estudo visa compreender a possibilidade de agricultura fora da Terra | Arte gerada pela Inteligência Artificial Bing, em 16 de maio de 2024
Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob supervisão de uma Etec –, em mais de 340 municípios. As Etecs atendem mais de 226 mil alunos nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 91 mil estudantes. Além dos cursos técnicos e superiores de tecnologia, a instituição oferece Formação Continuada e Pós-graduação (stricto sensu e lato sensu).