“A situação é catastrófica. Nunca vi tamanho descaso financeiro em minha vida. Precisamos agir de forma rápida e enérgica”, destacou Camarinha

Prefeito Vinicius Camarinha expõe crise financeira da Prefeitura em coletiva de emergência (Fotos: Fala Marília)

Por fala Marília

O prefeito de Marília, Vinicius Camarinha, convocou nesta quinta-feira (02) uma coletiva de emergência para apresentar a grave situação financeira da Prefeitura. A reunião contou com a presença de secretários, vereadores e imprensa. Entre as principais preocupações está a insuficiência de recursos para honrar a folha de pagamento dos servidores municipais, que soma R$ 49,5 milhões, enquanto o saldo em caixa é de apenas R$ 3,13 milhões.

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“Eu fiquei estarrecido, junto com a nossa equipe, ao constatar que não temos recursos suficientes para pagar os servidores até o quinto dia útil, no próximo dia 8. Esse pagamento é referente a dezembro, ou seja, trabalho realizado no ano passado, mas a gestão anterior não deixou verba reservada para isso”, afirmou Vinicius, visivelmente preocupado.

O prefeito destacou que muitos servidores dependem de seus salários para quitar contas e adquirir medicamentos. “Isso é sagrado. Não podemos, em hipótese alguma, permitir que fiquem sem receber”, enfatizou.

Prefeito de Marília, Vinicius Camarinha

Para lidar com a situação, Camarinha determinou ao secretário da Fazenda, Rafael Rastelli Barbosa, um pente-fino nos pagamentos e prometeu transparência total à população sobre a destinação dos valores. “Deixar servidores sem salário é um crime”, afirmou.

Salários do SAMU e precatórios em atraso

Outro ponto abordado foi o atraso no pagamento dos funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), cuja dívida soma R$ 1,3 milhão. O prefeito solicitou que a secretária de Saúde, Dra. Paloma, negocie com os prestadores de serviço para evitar qualquer interrupção no atendimento à população.

Além disso, os precatórios, que somam R$ 3,6 milhões, também não foram quitados desde outubro. O Tribunal de Justiça já ordenou o bloqueio de quase R$ 3 milhões das contas da Prefeitura para garantir o pagamento.

“A situação é catastrófica. Nunca vi tamanho descaso financeiro em minha vida. Precisamos agir de forma rápida e enérgica”, destacou Camarinha.

Providências legais

Diante do cenário, o prefeito anunciou que encaminhará ofícios ao Ministério Público Federal e Estadual, além do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, relatando que a gestão anterior, liderada por Daniel Alonso, não garantiu os recursos necessários para o pagamento de servidores ativos e inativos em dezembro de 2024.

Auditoria em contratos de radares

Outro tema levantado foi a suspensão imediata do contrato de gestão dos radares de velocidade (Contrato nº 024/2023). O prefeito determinou uma auditoria para averiguar possíveis irregularidades e anunciou que os radares deixarão de operar a partir de sábado (04).

“A suspensão cautelar será publicada no Diário Oficial, garantindo que nenhuma penalidade seja aplicada enquanto o contrato é analisado”, garantiu Vinicius Camarinha.

Com as medidas emergenciais anunciadas, a atual gestão busca restabelecer a normalidade financeira e garantir os serviços essenciais para a população de Marília.

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